Hoje, 5 de junho, o mundo todo comemora o Dia do Meio Ambiente. Estas datas sempre me fazem pensar se todos os dias não deveriam ser "os dias". Assim, dia do meio ambiente é todo dia, como dia das mães ou dos pais também é todo dia, idem para o dia das crianças, dia da mulher e tantas quantas forem as comemorações.
O fato é que a data marcada serve sempre como um sinal de alerta para que determinado tema não seja esquecido, e aí todo mundo vira "bonzinho": grandes poluidores gastam fortunas anunciando que estão plantando árvores para diminuir o impacto ambiental de suas indústrias (a maioria sem ao menos saber o quanto polui); milhares de crianças são enganadas ao executarem seus trabalhos escolares e acreditarem que estão fazendo algo pelo planeta, enquanto suas mães descartam de modo incorreto a fralda do irmãozinho; ativistas se atiram na frente de navios para mostrar ao mundo que estão mesmo "ativos" (já notou que sempre tem alguém com uma câmera nestas ocasiões?), uns adotam o "papel reciclado", pagando mais caro por um produto pior achando que estão contribuindo para a preservação da Floresta Amazônica... Tudo isso acrescido de longas reportagens na tv ou cadernos especiais nos jornais. E, como acontece no dias das mães, dos pais ou das crianças, chega o dia seguinte -e aí, tudo volta ao "normal".
Aqui em Poços não é diferente. Recentemente a cidade sediou o V Congresso Nacional do Meio-Ambiente. Ao mesmo tempo em que acontecia o congresso, a não mais de dois quilômetros dali o "lixão do Jardim Europa" continuava crescendo.
Retornei hoje ao local e constatei que o lixo não só continua lá, como ganhou acréscimos importantes, caso de restos de telhas de amianto com a inscrição que você pode ler na foto que abre este post. É um fato gravíssimo, pois trata-se de produto que, se mal manuseado e descartado, coloca a saúde em risco grave. Então, sinto-me o próprio idiota: tento fazer a minha parte da melhor forma possível e o tempo todo, como manter o carro regulado, selecionar lixo orgânico do reciclado, andar com sacolinha no carro, e mais pelo menos uma centena de ações ecologiamente corretas para deparar com a atitude irresponsável de um sujeito que certamente SABE ler o que está escrito na telha!
Enviei um email ao Secretário Municipal de Serviços Urbanos em 21 de maio passado, notificando-o sobre o assunto -postado aqui no blog- mas não obtive qualquer retorno até esta data, bem como nenhuma providência foi tomada no agora promovido "lixão tóxico do Jardim Europa: a vez do amianto".
Reforço o que já disse aqui no blog: não pense que este não é um problema seu. Se você não cuidar e não se cuidar, uma hora o lixo chega em você.
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Para ser didático, coloquei também uma foto de satélite, do Google Earth, apontando exatamente os locais onde pessoas sem o menor escrúpulo (se é que sabem o que é escrúpulo) estão jogando lixo. Se as autoridades ainda tiverem dúvidas sobre o local e os perigos da formação do lixão, não é por falta de informação. Por enquanto ainda está fácil, dois ou três caminhões limpam aquilo. Há também uma placa próxima que aponta como propriedade particular uma parte daquela área, sem qualquer cerca ou muro. Que se responsabilize também o dono da área. Se ali vai ser uma avenida, que seja. Se vai ter um bairro, que tenha. O que ninguém quer é um lixão!
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