Achei que só ia voltar a falar de política ano que vem, depois da posse dos novos eleitos. Mas eles não deixam. Então vamos lá.
Ontem (7/10), Maria Cecília Figueiredo Opipari, a “Ciça”, recém-eleita vereadora, mas ainda sequer empossada, deu entrevista garantindo que seu mandato será um “divisor de águas”. Bastante “humilde” a atitude de Ciça. Conseguiu irritar até quem não é mais vereador.
Para quem não sabe, Ciça circulou na campanha eleitoral um jornal tablóide de oito páginas, onde ela se intitulou “corajosa e humilde”. Aliada de Paulo Tadeu, candidato derrotado do PT, o jornal traz frases de impacto como “CHEGA DE CORRUPÇÃO”, “JORNAL DA VERDADE” ou “COMÉRCIO, EM POÇOS, FECHA ÀS (sic) PORTAS”.
Como “língua não tem osso” -diz o velho ditado- o jornal de Ciça ainda veio carregado nas tintas com destaques: “A corrupção é o mal que causa para a cidade enormes prejuízos nos serviços básicos à vida”; “A corrupção traz na sua bagagem a perversidade da exploração sexual”; “O povo deverá estar preparado para trabalhar”; “Vai sobrar dinheiro no bolso de todo mundo”; “O medo e a opressão tomaram lugar na sociedade em função do papel omisso dos governantes e administradores dos órgãos públicos”.
Há até acusações mais sérias, como “passaram um mandato inteiro rindo às custas do povo. Enriqueceram amigos e parentes”. Agora eleita, deve provar as acusações, sob pena de começar o mandato desmoralizada.
Por fim, uma frase fortíssima: “é uma nova geração, a geração de novos vereadores, que irá fazer história”. Só faltou uma foto de Che Guevara no jornal da Ciça. E não é que ela apareceu toda sorrisos na capa do "Jornal da Cidade" de hoje, posando defronte a uma seleção de fotos de Ernesto? Na mesma edição, ela afirma que "não será radical nem pedra no sapato" do governo municipal, garantindo que "respaldada pelo voto popular, meu parceiro será o Ministério Público". Promete.
Não conheço pessoalmente a futura vereadora. Mas ela já saiu batendo forte. Antes tinha o respaldo de um candidato peso-pesado à prefeitura como Paulo Tadeu, e agora terá que voar só. É preciso considerar também que sua eleição se deu "aos 45 do segundo tempo" –beneficiou-se do quociente eleitoral, deixando candidatos com muito mais votos de fora, o que não é exatamante uma prova cabal de enorme prestígio popular. Mas lei é lei.
Se ela permite uma sugestão, para começar bem acho que precisa descer do palanque -tendo em mente que o mandato amplifica muito a dimensão e o alcance de cada palavra que disser- e dar espaço à serenidade no lugar da ânsia juvenil universitária, pela qual muitos de nós já passou um dia. Afinal, aos 32 anos, Ciça não é assim tão jovem. Será ela uma versão mineira de Heloísa Helena? Espero que não. Camiseta do "Che" está fora de moda há tempos. Agora, se for do "Che Madruga", beleza!
Ontem (7/10), Maria Cecília Figueiredo Opipari, a “Ciça”, recém-eleita vereadora, mas ainda sequer empossada, deu entrevista garantindo que seu mandato será um “divisor de águas”. Bastante “humilde” a atitude de Ciça. Conseguiu irritar até quem não é mais vereador.
Para quem não sabe, Ciça circulou na campanha eleitoral um jornal tablóide de oito páginas, onde ela se intitulou “corajosa e humilde”. Aliada de Paulo Tadeu, candidato derrotado do PT, o jornal traz frases de impacto como “CHEGA DE CORRUPÇÃO”, “JORNAL DA VERDADE” ou “COMÉRCIO, EM POÇOS, FECHA ÀS (sic) PORTAS”.
Como “língua não tem osso” -diz o velho ditado- o jornal de Ciça ainda veio carregado nas tintas com destaques: “A corrupção é o mal que causa para a cidade enormes prejuízos nos serviços básicos à vida”; “A corrupção traz na sua bagagem a perversidade da exploração sexual”; “O povo deverá estar preparado para trabalhar”; “Vai sobrar dinheiro no bolso de todo mundo”; “O medo e a opressão tomaram lugar na sociedade em função do papel omisso dos governantes e administradores dos órgãos públicos”.
Há até acusações mais sérias, como “passaram um mandato inteiro rindo às custas do povo. Enriqueceram amigos e parentes”. Agora eleita, deve provar as acusações, sob pena de começar o mandato desmoralizada.
Por fim, uma frase fortíssima: “é uma nova geração, a geração de novos vereadores, que irá fazer história”. Só faltou uma foto de Che Guevara no jornal da Ciça. E não é que ela apareceu toda sorrisos na capa do "Jornal da Cidade" de hoje, posando defronte a uma seleção de fotos de Ernesto? Na mesma edição, ela afirma que "não será radical nem pedra no sapato" do governo municipal, garantindo que "respaldada pelo voto popular, meu parceiro será o Ministério Público". Promete.
Não conheço pessoalmente a futura vereadora. Mas ela já saiu batendo forte. Antes tinha o respaldo de um candidato peso-pesado à prefeitura como Paulo Tadeu, e agora terá que voar só. É preciso considerar também que sua eleição se deu "aos 45 do segundo tempo" –beneficiou-se do quociente eleitoral, deixando candidatos com muito mais votos de fora, o que não é exatamante uma prova cabal de enorme prestígio popular. Mas lei é lei.
Se ela permite uma sugestão, para começar bem acho que precisa descer do palanque -tendo em mente que o mandato amplifica muito a dimensão e o alcance de cada palavra que disser- e dar espaço à serenidade no lugar da ânsia juvenil universitária, pela qual muitos de nós já passou um dia. Afinal, aos 32 anos, Ciça não é assim tão jovem. Será ela uma versão mineira de Heloísa Helena? Espero que não. Camiseta do "Che" está fora de moda há tempos. Agora, se for do "Che Madruga", beleza!
Torço para que o mandato de Ciça (e de todos vereadores) seja bem-sucedido. Afinal, cada um destes mandatos vai custar ao povo de Poços mais de 3 milhões de reais.
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