quarta-feira, 26 de novembro de 2008

HERÓIS?

Quem costuma ir a São Paulo com frequência, especialmente aos sábados, sabe que a rodovia entre Poços de Caldas e Águas da Prata há muito poderia ter sua denominação mudada para autódromo (ou “motódromo”). Se não está chovendo, são muitas as verdadeiras “gangues” que usam a subida da serra para exibições de como não se comportar no trânsito.

Não bastasse a imbecilidade deste tipo de comportamento, estes motoqueiros -que nunca serão motociclistas- vangloriam-se de seus “grandes feitos” instalando câmeras nas motos para posteriormente publicarem os filmes no Youtube.

Por questões morais e religiosas, acho que ninguém pode dispor da própria vida. Alguns suicidas ainda alegam razões para dar fim à existência, mas estes motoqueiros o fazem sem qualquer motivação. São homens feitos, não moleques, pois usam motos caras. Têm famílias, filhos, mães, mas em nome da “adrenalina” acabam esquecendo que se morrerem num acidente de moto deixarão aqui pessoas arrasadas, que nunca entenderão a razão do pai ter feito tamanha idiotice ou se perguntando onde foi que erraram, no caso das mães.

Corajosos “pero no mucho”, evidentemente escondem-se atrás de pseudônimos, já que sabem que as autoridades monitoram a internet, não apenas atrás de pedófilos, mas também de outros elementos para quem a lei nada mais é que um monte de artigos, incisos e parágrafos, que só servem para os outros.

O problema é justamente esse: “os outros”. Os outros é que não sabem guiar; os outros é que são muito lentos; os outros é que estão na hora errada e no lugar errado. E em geral, são os outros que pagam -quase sempre com a vida ou com ferimentos sérios- pela estupidez de um sujeito que se acha um deus.

Longe de querer fazer qualquer tipo de apologia a este tipo de delinquência –muito pelo contrário- selecionei um dos muitos filmes existentes no Youtube, que alguém auto-denominado “Planetcity” chamou de “RACHA DE MOTO NA SERRA DE POÇOS DE CALDAS”. Neste filme é possível peceber o quanto estes sujeitos se arriscaram, incluindo duas grandes manchas de óleo na pista. Ao final, eles mesmo conversam sobre o risco do óleo na pista. Mas o pior mesmo é que arriscaram as vidas de motoristas e pedestres inocentes. Material suficiente para que a PM Rodoviária de São Paulo intensifique a fiscalização na serra.

Ultrapassar um carro a 220 km/h não faz de ninguém um herói. Mas deixar a mãe com o coração destroçado a 220 bpm, sobre o corpo do filho, certamente o transformará num covarde.

O filme pode ser visto em:
http://www.youtube.com/watch?v=--mPCNrAyrU
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