Ficou esquisito o final da história do aumento das passagens de ônibus em Poços de Caldas -a nova tarifa entrou em vigor hoje, subindo de R$ 1,80 para R$ 2,00.
O assunto foi "debatido" por semanas, com a concessionária insistindo no discurso de que "a tarifa não era reajustada há dois anos; que absorveu custos de majoração do diesel e pneus; que enfrenta dificuldades com a concorrência de vans e moto-táxis clandestinos", entre outros.
O que é estranho -e pega muito mal- é que o pedido de reajuste era de 22%, o que elevaria o valor da passagem para R$ 2,20. Como o valor "fechado" pelas partes (empresa e prefeitura) ficou exatamente no meio do caminho entre R$ 1,80 e R$ 2,20, alguém estava errado no assunto, e o resultado ficou parecendo leilão, ou aquele batido "nem pra você, nem pra mim".
.
Se o valor necessário para manter o equilíbrio na operação da empresa é R$ 2,20, tem que ser R$ 2,20. Se é R$ 2,00, não deveriam ter "pedido" R$ 2,20. Ou a concessionária é benevolente e resolveu trabalhar no prejuízo ou a prefeitura resolveu mostrar serviço, bateu pé e "comprou" a briga dos R$ 0,20 em nome do povo. Acho que não.
Como não tenho acesso nem conhecimento da estrutura de custos do serviço, só posso lamentar a decisão, pelo valor definido e pelo aumento em si, que de toda forma onera os usuários e as empresas que fornecem vale-transporte aos seus funcionários. Paralelo do "custo-Brasil", incorpora-se ao novíssimo "custo-Poços". Para ilustrar: na empresa em que trabalho, o "aumentinho" vai custar mais R$ 2.300 nas contas de 2009.
Mas nem tudo está perdido. Quem sabe agora a concessionária dê um trato na encardida barba do seu Papai Noel, que fica estacionado sobre o passeio no terminal de ônibus -irregularmente, por sinal, conforme artigo 181, VII do Código de Trânsito, passível de multa e remoção.
.
Nenhum comentário:
Postar um comentário