Ontem (quarta-feira) fez uma semana que o carnaval acabou, pelo menos oficialmente. Agora podemos comemorar de verdade o ano novo, já que tudo acontece "depois do carnaval".
Mas o que mais chamou minha atenção foram números. Primeiro pela ausência, no caso do carnaval: atá agora não vi um número.
Como previsto, e não podia ser diferente, o prefeito elogiou o carnaval, disse que o resultado foi bom, mas mudanças e melhorias devem ocorrer. Entre os culpados pelo resultado abaixo de ótimo, foi alegado falta de tempo para organizar melhor ou anunciar a programação. Gastar mais de meio milhão de reais "em cima da hora" não me parece a atitude mais pensada para membros da gestão pública. A promessa de que "ano que vem começaremos a organização em novembro" ficaria melhor se antecedida de "este ano não dá tempo, então vamos fazer só ano que vem".
Perturbador é o fato de ainda não ter sido publicado um "balanço oficial" sobre os gastos com carnaval em Poços. Dúvidas: qual o total da verba? Quantos dos "famosos" abadás foram comercializados? Qual foi o total de público no tal do corredor do axé? Quanto o evento efetivamente agregou em termos de fluxo turístico, além do que o feriado gera regularmente? Quantos dos nossos "milhares de jovens que deixariam a cidade para passar o carnaval fora" aqui ficaram? Como ficou o caso da agremiação carnavalesca subvencionada com verba oficial que não desfilou? Penso que a prefeitura e a associação das escolas já deviam ter apresentado contas, com os respectivos comprovantes. Tranasparência não é só promessa de campanha.
OUTROS NÚMEROS
Nesta semana, em plena comemoração antecipada do Dia Internacional da Mulher, a prefeitura divulgou que dos 4.290 funcionários municipais, 2.924 são mulheres, 68% do total, o que demonstra que elas são maioria na administração. Mas o mais surpreedente número foi o valor de folha de pagamento, na casa dos R$ 8,5 milhões. Incluindo 13o. salário, chegamos a um valor de cerca de R$ 110,5 milhões só com a folha. Para cerca de 2,5% da população de Poços o fantasma do desemprego não ronda nestes tempos de crise.
Impressionante também é o número de pedidos, solicitações e demandas que os vereadores estão" jogando" para cima do prefeito. Todos pleitos justos, á claro, mas o prefeito já avisou que a marola da crise bateu no umbigo -redução drástica na arrecadação do ICMS foi a pancada mais recente- e os legisladores, em especial os novatos, movidos pelo mais sincero ânimo de mostrar a que vieram, por enquanto parecem não se sensiblilizar e fazem dezenas de pedidos. Que custam dinheiro, claro.
É hora de tirar o pé do acelerador e mostrar serviço em outras áreas. São quatro anos para os vereadores se relacionarem com suas bases, mas parece até que já pensam na reeleição. Seria bom se eles mesmos apontassem ao prefeito onde é que dá para economizar. Onde gastar todo mundo sabe. Eu também sei.
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Os numeros do carnaval não podem ser fantasiados, pois afinal, o enredo pertence a população, já que é o dinheiro publico que subvenciona as escolas.
ResponderExcluirvamos aguardar a apuração!