AMM é a sigla da Associação Mineira de Municípios. Não é novidade para ninguém que os municípios, especialmente em Minas, estado com maior número de cidades, vêm enfrentando grandes dificuldades por conta da crise que fechou as torneiras da economia no mundo todo.
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O fato de haver muitos municípios pequenos, sem estrutura produtiva suficiente para manter condições decentes de operação, demonstra que nem sempre quantidade reflete qualidade, resultando em cidades que acabam dependendo quase exclusivamente dos repasses do tal Fundo de Participação dos Municípios, receita dividida pelo governo federal cujas fontes são o Imposto de Renda e o IPI. Cada vez que o governo federal oferece uma redução de IPI -por exemplo nos carros- a conta acaba sobrando (ou faltando) nos cofres municipais, devidamente esvaziados.
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A AMM publica nos jornais, hoje, uma "Carta Aberta à População", na qual reclama, de forma justa, das dificuldades enfrentadas, pede compreensão para com os prefeitos e conclama os cidadãos a participarem, assegurando que "juntos, vamos superar as dificuldades do momento". Até aí tudo muito bonito.
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O problema é que a mesma carta diz: "A primeira manifestação será realizada no dia 15 de abril (hoje), quando algumas prefeituras irão suspender o funcionamento de suas sedes, em protesto contra a diminuição dos recursos repassados". Ora, querem nosso apoio mas vão deixar de atender justamente a população? Não concordo e nunca vou entender uma atitude assim. Em tempos de trabalhar dobrado, a melhor proposta é não trabalhar? Sacrificam o povo alegando que será bom para o povo? Será que os municípios mineiros não são capazes de algo mais criativo do que cruzar os braços ou estacionar de graça na zona azul de Poços com seus carros oficiais?
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Ponto positivo para o prefeito de Poços de Caldas, que não aderiu ao "movimento paralisante" proposto pela AMM. O interesse do povo deve vir em primeiro lugar, especialmente na hora do aperto.
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