terça-feira, 23 de junho de 2009

LETARGIA E EUFONIA

Sou um sujeito ávido por informação (e o decorrente conhecimento), leitor contumaz de tudo o que passa pelas minhas mãos e olhos. Livros, revistas, jornais, bulas de remédio, rótulos de embalagens de alimentos, nada escapa. Por isso fico surpreso quando vejo, no site oficial da prefeitura de Poços de Caldas, as notícias -que aparecem em destaque logo na página inicial- sem atualização desde o dia 10 de junho. Para piorar, decorridos 13 dias, continua ali a chamada para a comemoração do "Dia do Servidor Homen". Nem a correção do "homen com n" foi feita.
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Conforme havia prometido anteriormente, segue o comentário sobre a campanha dos 100 dias que a prefeitura lançou no começo de junho. Denominada "Poços Desenvolve", uma série de anúncios publicados nos jornais locais mostrou ações que a prefeitura realizou em diversas áreas, destacando algumas bastante "interessantes" como "novo veículo para a PM", quando a foto mostra um Vectra antigo; "revitalização da praça da Vila Cruz", obra inconclusa, ainda com tapumes e entulhos; "limpeza de lixeiras", como se isso fosse uma grande ação de governo; "conclusão das obras do Jardim Botânico"; "reestruturação do Carnaval: Sim Folia", sobre o qual nem preciso comentar, entre outros "destaques".
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Mas o interessante mesmo aparece no anúncio "genérico". No final do texto, está a seguinte frase: "Poços desenvolve com seriedade nos gastos públicos e quem ganha é a cidade, com mais qualidade de vida". Não sou filólogo nem Machado de Assis, cuja leitura meu velho pai sempre incentivou, mas sou adepto da eufonia, a agradável "sonoridade" que uma frase bem escrita proporciona. Leia a frase novamente. Aos seus ouvidos, não parece faltar um pronome, mais especificamente um "se"? Para exemplificar: quanto mais você estuda, mais você "desenvolve" ou será que mais você "se desenvolve"?
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Descontando um aceitável teor estilístico do tema da campanha (Poços Desenvolve), certamente a frase final deveria ser grafada "Poços desenvolve-se com seriedade nos gastos públicos". Não concorda?
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