É verdade. O buraco é embaixo -embaixo do pneu, da roda da moto, da sola do sapato. Ai de você se não andar olhando para o chão, esteja a pé, de bicicleta ou motorizado. A qualquer momento um buraco pode selar seu futuro. Parece discussão pontual ou factóide, detalhe como a mosquinha pousada na mesa bem arrumada, mas a conversa é seríssima. E nem vou falar da Avenida Celanese -essa aguarda apenas o cumprimento da promessa oficial de breve recuperação, após licitação já publicada.
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Essa enormidade de buraco que você vê nas lamentáveis fotos acima (esse não é culpa do bom São Pedro, personagem sempre sacado na hora de explicar o injustificável, de enchente a apagão) capaz de tragar um sujeito de 90 kg, foi o culpado por um acidente de motocicleta. Fica no famigerado "Terrão", interminável obra que um dia se pretende avenida, tratada como panacéia para muitos males do trânsito de Poços, e que vai ligar um dia os bairros Santa Ângela ao Jardim Europa, desafogando a finada João Pinheiro, provável última moicana a receber os carinhos dos novos mapas de GPS do tráfego municipal.
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Enquanto isso, aquela meia-obra serve de passagem quebra-galho, e o motociclista em questão foi ao chão quando viu que literalmente "ia pro buraco". O tombo, tentativa desesperada e bem sucedida de escapar do pior, resultou numa lesão leve no braço do piloto, e só. Poderia ter sido grave. Fatal. Note as marcas de pneus de outros veículos que beiraram o buraco -e um acidente.
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Não tem meio-termo. Tolerância zero quando o assunto é segurança: ou concluem aquilo ou fecham a passagem e só liberam depois de pronto. O povo espera há pelo menos sete anos aquela avenida que, mais do que ajudar a resolver a ineficiência do sistema viário central, vai levar tráfego e transformar em passagem de centenas de carros e caminhões -como já ocorre- um bairro planejado e vendido como "residencial", o outrora pacato Jardim Europa. Faz parte da democracia, o espaço público é de todos. Concordo e reitero meu apoio: se é para o bem de todos e felicidade geral dos alunos da PUC, o atalho fica!
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Autoridades, e aqui me refiro aos 4.501 funcionários públicos municipais, façam as coisas direito, cumpram suas obrigações e zelem -todos, sem exceção- pela vida alheia, porque das suas próprias é óbvio que cuidam -há até um interminável séquito de baba-ovos e anopluros de todos os naipes e polegadas a cuidarem de suas execelências mais graduadas. Deixem as mágoas diante das críticas duras, porém justas, para as picanhas de final de semana, e partam para a ação.
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Estou bravo? Deu para notar? Estou sim, muito. O motociclista que quase entrou pelo cano de esgoto é o meu irmão. Podia ser eu ou você que agora lê esse post.
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Chega de remendo. Chega de chorar a crise. Passou da hora de parar com a meia-boca. Para quem não sabe, o "Terrão" serve de caminho para muitos funcionários municipais, que por ali trafegam com suas alvas "viaturas" adesivadas "Uso Em Serviço" da prefeitura, do DME, do DMAE e outros veículos oficiais a caminho também da Garagem Municipal. Um desses passou no exato instante das fotos, uma Toyota Bandeirante branca do DMAE -impossível não ter notado meu carro parado ali nem um sujeito grandalhão com uma câmara na mão fotografando o buraco...). Não sou cego. Mas os que passam por esses absurdos como o buraco das fotos fingem ser. "Não é meu problema", deve ser o que passa pela cabeça deles.
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Fiz a minha parte, como bom cidadão que tento ser. Voltei ao local acompanhado, à noite -sim, o buraco estava lá, e evidentemente não há iluminação- para recolocar a provisoríssima tampa no "matadouro", já que sozinho não dei conta de movê-la. Longe de querer me gabar, até porque não preciso disso, que minha modesta atitude sirva de exemplo para os apaniguados com a estabilidade ou diplomados em mandatos emanados de urnas ou pelas mãos destes. Muitos deles leitores assíduos desse blog, provavelmente nesse momento apertando os dentes. Vou aguardar as manifestações oficiais, de preferência não enrustidas em algum discurso lacrimejante, mas na forma do digno "vamos tomar providências".
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Clique nas imagens para ampliá-las.
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Muito oportuno esse post, Rubens. E falando em buraco, aproveito este espaço para fazer minha reclamação pública. Ontem precisei ir a Varginha e, meu caro, que estrada é aquela? De Campestre a Machado foi um verdadeiro festival de buracos de todos os tamanhos e profundidades, alguns pareciam verdadeiras crateras ameaçando nos engolir. Penso que já passou da hora de as nossas autoridades fazerem algo a respeito - não sei se isso é assunto da competência dos municípios, do estado ou do governo federal, só sei que a situação daquela estrada é um absurdo!!! É isso!
ResponderExcluirAbraço,
Lucilene