segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

PALAVRA DE PROMOTOR


O Dr. Sidnei Boccia concedeu entrevista memorável terça passada, dia 1o. de dezembro, ao jornalista Wiliam de Oilveira, no programa Hora da Verdade. O promotor tem posições muito definidas e mostrou-se profundo conhecedor de todos os assuntos do cotidiano de Poços de Caldas, especialmente aqueles mais polêmicos, nos quais pouquíssimas pessoas atrevem-se tocar com tanta firmeza. A entrevista deveria se exibida em escolas, universidades, repartições públicas, poderes constituídos e gabinetes em geral, como forma de criar nas pessoas o senso crítico diante de temas relevantes -quase todos eles de forte viés político, ou consequência da ação ou omissão daqueles que escolhemos e quase sempre só se lembram da existência do Povo nos meses anteriores à cerimônia do apertar do botão verde da urna.
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Em mais de uma hora de verdades, o promotor manifestou o pensamento não apenas de uma autoridade, mas de um cidadão sempre alerta e que, como muitos, quer uma cidade melhor. Destaquei algumas citações do Dr. Sidnei nessa entrevista. Confira:
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"A construção de uma sociedade melhor passa por um jornalismo sério, que não se vincule a interesses regionais, interesses às vezes até mesquinhos, de uma verba de publicidade".
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"A Circullare, talvez até com excesso de zêlo, toma tanto corpo para cuidar da situação que dá a impressão que ela é dona do transporte coletivo quando, na realidade, a dona é a municipalidade. Ocorre que a municipalidade, em todo o processo, assume uma posição secundária, e a concessionária acaba abraçando a situação".
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"O estudante tem direito a meia passagem (nos ônibus), só que a legislação municipal fala em estudante da rede pública, e você não pode discriminar estudante da rede pública e estudante da rede particular".
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"A Circullare pagou o valor estabelecido pelo poder público, a prefeitura recebeu esse dinheiro e tinha que construir os mini-terminais, que tinham que estar prontos em junho de 2007. Culpa da gestão anterior da prefeitura, que não foi zelosa o suficiente para construir dentro do prazo fixado".
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"Há uma omissão histórica no poder público, tanto que a sociedade confunde o concessionário com o dono do sistema. Se nós perguntarmos quem é o responsável pelo sistema de transporte coletivo ao nosso telespectador, ele vai falar 'Circullare'; se perguntarmos quem é o responsável pelo Estádio Municipal Ronaldo Junqueira, ele vai falar 'Caldense'; se perguntarmos quem é o responsável pelo carnaval de Poços de Caldas, ele vai falar 'AESB', e está tudo errado, porque o responsável por tudo isso é a prefeitura".
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"Para brigar com prefeito não tem ninguém melhor do que eu: sou especialista em brigar com coronel de direita, coronel de esquerda, coronel de centro".
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"Existe uma certa leniência do poder público em relação ao tema (monotrilho). Por uma questão de equidade -quem constrói leva o nome-, o 'Monotrilho Ronaldo Junqueira' revela uma falta de planejamento urbano. Não foi executado adequadamente, não foi cumprido o contrato pela concessionária. Solicitei que a prefeitura encaminhasse todos os relatórios de fiscalização desde o advento do monotrilho. Sabe quantos relatórios existem? Nenhum".
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"Administrar uma cidade não é cuidar das coisas simples e das coisas fáceis, é cuidar das coisas complicadas. Esse é o verdadeiro administrador: enfrentar as coisas difíceis".
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"O cidadão às vezes fala que (o DME) é um patrimônio da cidade. Deixe de pagar a conta de luz para ver se esse é seu patrimônio e se sua luz não será cortada. Repare que na sua conta de luz tem uma contribuição de iluminação pública, e se a empresa é pública ela não precisaria receber esse valor do próprio cidadão. É uma grande mentira achar que o DME está aí para cuidar do interesse da comunidade -talvez o interesse de uma classe política, mas interesse social, de quem paga a conta de energia, eu tenho que colocar um ponto de interrogação".
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"A Procuradoria Geral de Justiça entrou com uma Ação Direta de Inconstitucionalidade. Esperamos que essa ação (contra a Contribuição de Iluminação Pública) tenha o mesmo sucesso que nós tivemos com a antiga Taxa de Iluminação Pública, que nós conseguimos, depois de cinco anos de processo, cancelar".
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"O que tira meu sono é saber se minha filha está bem ou não com o braço quebrado. O resto é minha obrigação, me dá ânsia de resolver o problema social".
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"Estamos aferindo (a área do futuro Paço Municipal). Já levei até a Polícia Militar do Meio-Ambiente, nós fomos lá, tiramos fotos, e já falei que se passar alguma máquina pode prender. Na minha visão não tem autorização para intervenção no local".
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"Três Corações é a cidade que me reconheceu pelo trabalho, ganhei lá o título de cidadania honorária -aqui ninguém reconhece meu trabalho, mas lá reconheceram".
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O Dr. Sidnei pode ter a certeza de que, a quem realmente importa -os cidadãos de bem- seu trabalho é sim reconhecido. Os que não reconhecem seu mérito profissional fazem parte do outro grupo, que em geral não merece o adjetivo "cidadão".
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2 comentários:

  1. Gostei Rubens, o Sidnei Boccia é mesmo uma pessoa de grande valor e merece todo o crédito e reconhecimento pelo seu trabalho!

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  2. descobri seu blog ao acaso, quando olhava pagina de busca do meu blog rss ótimo trabalho que você faz! Adorei, e falo como Poços Caldense!

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