sexta-feira, 23 de abril de 2010

MUITA ÁGUA AINDA VAI ROLAR


A notícia é a seguinte, publicada semana passada no site da Câmara: "Audiência Pública discute alterações no perímetro urbano do município". Se você fica satisfeito apenas com a leitura de títulos e manchetes, pode achar que a cidade vai apenas ampliar a cerca. Mas se você é como eu, que gosta de ler as entrelinhas, acompanhe essa situação séria.
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Se tem um ônibus que não para de jeito nenhum, em Poços de Caldas, é aquele que carrega o letreiro "Paço Municipal". Depois da criação de um inusitado "puxadinho" no mapa da cidade, esticando as linhas para incluir a tal área na zona sul como local passível de receber a implantação do majestoso e não menos ambicioso projeto, "rasgando" descaradamente  o Plano Diretor, nosso Paço -que de cara poderá ter um palácio com a grife Niemeyer, projeto já contratado, em andamento e com parcelas pagas, para deleite daqueles cujos olhos brilham de alegria diante de um investimento dessa magnitude, embora com o dinheiro do Povo- volta à discussão como objeto de uma audiência pública, a ser realizada hoje, 23 de abril, coincidentemente a data em que os homens de preto do CQC prometeram voltar a Poços para checar se os compromissos oficiais em relação ao sistema de transporte estão efetivamente acontecendo.
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Diz a "convocação", publicada no site da Câmara, que o Poder Executivo pretende a "supressão de dispositivos incluídos através da lei que alterou o Plano Diretor através de emendas dos vereadores e a administração os considera inaplicáveis. São eles: fazer-se acompanhar por documento com Anotação de Responsabilidade Técnica, junto ao CREA, a ser elaborado pelo Presidente do DMAE, ou o responsável técnico que responder pela autarquia, assumindo a responsabilidade dos impactos negativos sobre a área de manancial do Ribeirão Várzeas de Caldas; conter documento com Anotação de Responsabilidade Técnica junto ao CREA do Presidente do DMAE, ou responsável técnico que responder pela autarquia, demonstrando que mesmo com a implantação do Paço Municipal, Cidade Judiciária e órgãos de atividades correlatas, o abastecimento de água na zona sul não será afetado, garantindo as mesmas condições do Plano Diretor de Abastecimento do DMAE elaborado em 2004" .
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Parece confuso? Não é. Não há nenhuma discussão nesse momento, como faz crer o título da nota, sobre alterações no perímetro urbano da cidade. Esse assunto é "bilhete corrido", teria dito meu velho pai. Os tais dispositivos incluídos, nos quais agora o executivo pretende dar fim, forçam a responsabilidade técnica, como há em qualquer obra, documentada junto ao Conselho de Engenharia, devidamente assinado pelo presidente do DMAE ou outro técnico que assine pelo órgão. Quem assinar o documento poderá ser cobrado, no futuro, por problemas que venham a ocorrer em função da implantação do Paço, especificamente poluição ou outros que afetem o ribeirão e o abastecimento de água na zona sul. Diz a mensagem do chefe do executivo que "a revogação dos dispositivos faz-se necessária em virtude da impossibilidade de cumprimento de suas disposições, conforme esclarecimentos técnicos que será apresentados em complemento à presente mensagem". Importante saber quais são os motivos dessa "impossibilidade", e que poderiam ter constado na documentação enviada à Câmara. Se estiverem embasados em limitação legal, ótimo.
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Não sei não, mas está parecendo que ninguém quer assumir riscos, mesmo que muita autoridade bata o pé dizendo que a população deve ficar tranquila, afirmando não haver problemas na construção de um conjunto de edifícios públicos naquele local. Ambientalistas garantem que o local é impróprio. Autoridades municipais reiteram que está quase tudo definido. Ministério Público afirma que nenhuma máquina pode entrar lá, por enquanto. A Câmara, ansiosa, estima bater estacas em breve.
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Saia justíssima para os vereadores, que saíram na frente comprando um projeto milionário e que, de acordo com as boas práticas da arquitetura, não pode ser implantado em qualquer lugar. Enquanto isso, o jeito é esperar. E espernear.
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Confira a íntegra da notícia em:
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5 comentários:

  1. Caruso,
    muito bem observado, não lhe passa a idéia de uma articulação política, pois sendo o presidente da câmara do mesmo partido do prefeito e a prefeitura não tendo recurso para iniciar o paço, passou ao Vereador carnavalesco a incubência de iniciar o projeto e uma vez cravada ali a câmara ninguém mais tira o tal paço de lá.

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  2. Caruso,
    hoje saiu nota nos atos oficiais sobre a contratação de vagas de estacionamento para os vereadores

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  3. A política de Poços de Caldas é uma graça meu amigo Caruso.
    Essa aprovação teve a chancela da nossa vereadora do combate a corrupção a Ciça.
    Caruso aonde iremos parar?

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  4. É uma vergonha!
    O paço é uma obra importante que trará muitas melhorias, mas porque instala-lo em uma área onde não se pode e não se deve ter uma construção deste porte?
    Parece brincadeira.
    Já que não podemos assinar esta RT, vamos alterar a legislação! Fácil né?!
    Ninguém quer assumir esta responsabilidade.
    Se depois ocorrer um desastre como aconteceram no Rio de Janeiro, vamos "crucificar"quem? Ninguém, não terá um responsável! Mas eu culparei todos estes que aprovaram a implantação do Paço neste local.
    Uma área imprópria ambientalmente, urbanisticamente e socialmente!!!

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  5. como não estou morando em Poços alguem poderia explicar qual o local da futura obra??

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