Você sabe quem foi Paul Harris? Talvez não, mas certamente já viu em Poços de Caldas e em muitas outras cidades que visitou uma indicação "Rotary Club". Pois bem, Paul Harris foi o fundador do Rotary, associação centenária que hoje congrega mais de 1 milhão de pessoas por todo o planeta, atuando em programas de interesse social e cultural, entre eles as campanhas de erradicação da poliomielite. Você pode saber mais sobre a obra iniciada por Paul Harris e o Rotary em centenas de sites na internet, como em http://www.rotarypcaldas.org.br/ ou http://www.rotarysp.org.br/.
Mas o que há entre Paul Harris e Poços de Caldas? Simples: na sua próxima ida ao centro, ali no comecinho da Rua Junqueiras, olhe bem para o que sobrou do magnífico prédio da estação de trens. Preste atenção no lado esquerdo da fachada, em meio a uma enorme mancha de môfo, originária de um vazamento de calha que não foi reparado pelo menos nos últimos cinco anos e você verá uma placa indicativa azul, com a seguinte grafia: PRAÇA PAUL HARRIS.
Esta é a "homenagem" da cidade a um nome mundialmente importante como Harris. No prédio da antiga estação hoje fica a sede da Guarda Municipal. Desalentador saber que quem zela entre outros pela integridade dos prédios públicos municipais abriga-se em local tão deteriorado. Trata-se pois de outro "cartão postal" da cidade - localizado em área de passagem quase obrigatória de habitantes e turistas- totalmente descuidado, como se não houvesse tinta e pintor de parede na cidade. Enfim, uma falta de respeito com o patrimônio, com quem ali trabalha, com o cidadão e com o turista, que traz divisas para Poços.
"TREM BÃO"
O transporte ferroviário trouxe e ainda traz riqueza para Poços. Talvez o amigo leitor nem saiba, mas os trens ainda circulam diariamente pela cidade, não mais chegando até o centro, pois a estação foi desativada e os trilhos retirados.
O site http://www.estacoesferroviarias.com.br/p/pcaldas.htm explica:
"o ramal de Caldas foi inaugurado em 1886, para trazer mercadorias da região de São João da Boa Vista e de Poços de Caldas (na época conhecida como Caldas), já em território mineiro. O ramal seguiu, entretanto, deficitário por muitos anos, chegando a ter, de tempos em tempos, seus trens de passageiros suspensos devido a isso. Porém, acabou por ser o único de todos os ramais da Mogiana que permanece ativo até hoje, por causa do transporte de minério de alumínio da estação de Bauxita, uma antes da de Poços de Caldas. Trens de passageiros circularam pela linha até fins de 1976, quando foram suprimidos. Até meados dos anos 90, um trem turístico ainda percorria em determinadas ocasiões o ramal, mas hoje nem ele existe. Os trilhos, entretanto, foram retirados no trecho terminal em Poços de Caldas." A Estação Bauxita fica na CBA, no final da Avenida Celanese.
Como se vê, trata-se de local de importância histórica e que se bem cuidado certamente teria relevância turística nos dias de hoje. Há uma promessa antiga de retirar a Guarda Municipal de lá, que certamente merece instalações mais dignas. Seria o primeiro passo. Depois, o que fazer com a velha estação? Minha modesta sugestão é copiar o que a Vale fez com a estação de trens do Porto de Vitória, ES, local que tive oportunidade de visitar algumas vezes. O prédio virou um "museu-restaurante-recinto de eventos". É verdade que a estação lá é bem maior, mas pelo menos um museu ferroviário com centro de referências turísticas caberia bem ali, evidentemente num espaço restaurado com qualidade. Se não for pedir muito, pelo menos uma locomotiva antiga com uma vagão-restaurante servindo refeições de bom nível, na parte de trás da estação, junto à plataforma. A Vale fez isto em Vitória, acho que temos capacidade também. O retorno virá e Paul Harris finalmente vai ter uma homenagem compatível com sua biografia.
Que beleza, Rubens!!! Parabéns pela iniciativa de montar esse blog. Faz tempo que venho me perguntando o motico de ninguém atpe hoje ter criado um canal como esse para comentar as coisas de nossa querida Poços.
ResponderExcluirSou, como você, jornalista. Só que fizemos caminhos contrários. Há 4 anos resido em São Paulo, mas nunca deixo de acompanhar as coisas de Poços. Só que são muito poucas as fontes de informação: site do Mantiqueira, da TV Poços, Orkut e as rádios. Vou para essa terrinha abençoada de 15 em 15 dias e sou ferrenho defensor dela rem qualquer situação.
Mantenho um blog também há quase um ano (www.mussolin.blogspot.com), onde relato várias experiências de meu dia-a-dia. Já adicionei seu blog aos meus favoritos e espero poder contribuir de alguma forma para que seu blog cresça cada vez mais.
Um abraço e sucesso!
Adriano Mussolin