Não foi? Nem faz idéia do que perdeu! No sábado (05/07) Poços de Caldas transformou-se numa verdadeira Chicago, do ponto de vista musical, do blues. A noite geladíssima de sábado foi o cenário perfeito para que não restassem dúvidas: Poços realmente teve seu dia de “Windy City”, nome carinhoso dado a Chicago por conta do vento frio que sopra do lago Michigan.
Lenda do blues, estilo que tem uma infinidade de ícones como Muddy Waters ou Bo Diddley (falecido em 2007), Eddie C. Campbell esteve em Poços para apresentação única. Em pequena turnê pelo país, deu um grande show, opinião de quem curte blues e esteve no reformado Centro Cultural da Urca para aplaudir o mito. Tão à vontade no palco a ponto de tocar “em manga de camisa”, Campbell, que traz em seu currículo façanhas como ter tocado ao lado de nomes do quilate de Magic Sam, Muddy Waters, Howling Wolf, Otis Rush, Jimmy Reed, Koko Taylor e o lendário Jimi Hendrix, foi integrante da histórica American Blues Legends Tour, na Europa, em 1979. Por conta do sucesso nesta ocasião acabou morando na Europa, retornando a Chicago após oito anos. No final de sua exibição na Urca ainda fez solos -acredite- com o pé, com a boca e até com os “glúteos”, não sem antes ameaçar quebrar a guitarra, relembrando a clássica cena de Hendrix. Felizmente o instrumento saiu intacto de Poços. Show de alta qualidade, simples, intimista. Nota ruim apenas para o “efeito” de vapor ou gelo seco no palco, desnecessário e irritante para os olhos.
Para abrir a noite, uma dupla especial, formada pelos irmãos Sérgio e Derico, o Duo Sciotti. Derico é figura conhecidíssima, já que integra o sexteto de Jô Soares, mas Sérgio é uma grata surpresa ao piano. O Duo tocou uma seleção diversificada, com clássicos dos Beatles ou da praticamente esquecida (no Brasil) Supertramp -banda inglesa de grande sucesso nos anos 80 (Derico insistiu em dizer que era australiana, não sei se por falha de memória ou por puro humor, marca permanente durante toda a apresentação. O músico chegou a "profetizar" um ótimo resultado de Barrichello no GP de domingo, e a piada virou verdade...). Na flauta, piano ou sax, o show agradou muito a platéia, que acompanhou o Duo na execução de “Carinhoso”, cantando o clássico de Pixinguinha e João de Barro.
Após a exibição do Duo Sciotti, para aquecer os fãs do blues, show com Luciano Boca. Dono de impressionante voz e inacreditável conhecimento de harmônica (popularmente conhecida por gaita), fez apresentação impecável ao lado da Banda Bourbon, apesar de pequenos problemas técnicos que não comprometeram. Ao final da apresentação de Eddie C. Campbell, Luciano Boca subiu ao palco para acompanhar o bluesman, e humildemente se posicionou atrás dele. Fez outra apresentação sensacional e mostrou respeito. Parabéns, Boca!
Parece que Poços de Caldas acorda, definitivamente, para a importância do investimento em atrações de peso. Sempre me perguntam –pelo fato de ser paulista- os motivos que tornaram Campos do Jordão a potência turística que é hoje, e igualmente sempre respondo: tudo começou com o Festival de Inverno, que desde sua idealização, ainda nos anos 1960, teve forte incentivo do governo estadual, com o apoio de nomes como o Maestro Camargo Guarnieri, homenageado em Poços neste mês de julho. Lembro bem, no começo dos anos 1980, de ver o então governador Paulo Maluf se apresentando ao piano. Para mim, este fato representa o “pulo-do-gato” -no bom sentido- em Campos. Receber o governador por período maior, devidamente acompanhado da família, secretários, assessores e mais uma infinidade de autoridades requer uma infra-estrutura especial, com hotéis bem aparelhados, ótimos restaurantes, atrações diversificadas e de alto nível. O que é remendo fica para trás.
Assim, penso que Poços de Caldas deu um importante passo no sentido de sair do calcanhar de Campos do Jordão na busca pela evolução de patamar, na corrida pelo turista de elevado poder aquisitivo. Campos atrai mais turistas bem resolvidos financeiramente, o que leva a indústria automotiva, por exemplo, a produzir enormes estandes e organizar test-drives com seus carros, transformando a cidade numa espécie de Salão do Automóvel de inverno. Não só carros, mas fabricantes de celulares, moda, jóias, alta gastronomia e mutios outros setores da economia. Só é preciso saber se Poços quer crescer neste sentido, pois há investimentos paralelos que devem ser priorizados, como segurança.
Venho repetindo aqui no blog constantemente: o futuro do trabalho e do emprego na cidade está no turismo. Indústrias têm cada vez menos funcionários, mineração é um recurso finito, a guerra fiscal está levando investimentos (inclusive da cidade) para regiões como Suape, em Pernambuco. O que vai sobrar? Turismo. Atrativos naturais temos aos montes (perdoem o trocadilho), e os culturais parecem querer consolidar de agora em diante a cidade como um centro cultural capaz de proporcionar atrações também de nível internacional. Estou torcendo. Como no filme Campo de Sonhos, estrelado por Kevin Costner, uma voz parece dizer: “se fizer, eles virão”.
Lenda do blues, estilo que tem uma infinidade de ícones como Muddy Waters ou Bo Diddley (falecido em 2007), Eddie C. Campbell esteve em Poços para apresentação única. Em pequena turnê pelo país, deu um grande show, opinião de quem curte blues e esteve no reformado Centro Cultural da Urca para aplaudir o mito. Tão à vontade no palco a ponto de tocar “em manga de camisa”, Campbell, que traz em seu currículo façanhas como ter tocado ao lado de nomes do quilate de Magic Sam, Muddy Waters, Howling Wolf, Otis Rush, Jimmy Reed, Koko Taylor e o lendário Jimi Hendrix, foi integrante da histórica American Blues Legends Tour, na Europa, em 1979. Por conta do sucesso nesta ocasião acabou morando na Europa, retornando a Chicago após oito anos. No final de sua exibição na Urca ainda fez solos -acredite- com o pé, com a boca e até com os “glúteos”, não sem antes ameaçar quebrar a guitarra, relembrando a clássica cena de Hendrix. Felizmente o instrumento saiu intacto de Poços. Show de alta qualidade, simples, intimista. Nota ruim apenas para o “efeito” de vapor ou gelo seco no palco, desnecessário e irritante para os olhos.
Para abrir a noite, uma dupla especial, formada pelos irmãos Sérgio e Derico, o Duo Sciotti. Derico é figura conhecidíssima, já que integra o sexteto de Jô Soares, mas Sérgio é uma grata surpresa ao piano. O Duo tocou uma seleção diversificada, com clássicos dos Beatles ou da praticamente esquecida (no Brasil) Supertramp -banda inglesa de grande sucesso nos anos 80 (Derico insistiu em dizer que era australiana, não sei se por falha de memória ou por puro humor, marca permanente durante toda a apresentação. O músico chegou a "profetizar" um ótimo resultado de Barrichello no GP de domingo, e a piada virou verdade...). Na flauta, piano ou sax, o show agradou muito a platéia, que acompanhou o Duo na execução de “Carinhoso”, cantando o clássico de Pixinguinha e João de Barro.
Após a exibição do Duo Sciotti, para aquecer os fãs do blues, show com Luciano Boca. Dono de impressionante voz e inacreditável conhecimento de harmônica (popularmente conhecida por gaita), fez apresentação impecável ao lado da Banda Bourbon, apesar de pequenos problemas técnicos que não comprometeram. Ao final da apresentação de Eddie C. Campbell, Luciano Boca subiu ao palco para acompanhar o bluesman, e humildemente se posicionou atrás dele. Fez outra apresentação sensacional e mostrou respeito. Parabéns, Boca!
Parece que Poços de Caldas acorda, definitivamente, para a importância do investimento em atrações de peso. Sempre me perguntam –pelo fato de ser paulista- os motivos que tornaram Campos do Jordão a potência turística que é hoje, e igualmente sempre respondo: tudo começou com o Festival de Inverno, que desde sua idealização, ainda nos anos 1960, teve forte incentivo do governo estadual, com o apoio de nomes como o Maestro Camargo Guarnieri, homenageado em Poços neste mês de julho. Lembro bem, no começo dos anos 1980, de ver o então governador Paulo Maluf se apresentando ao piano. Para mim, este fato representa o “pulo-do-gato” -no bom sentido- em Campos. Receber o governador por período maior, devidamente acompanhado da família, secretários, assessores e mais uma infinidade de autoridades requer uma infra-estrutura especial, com hotéis bem aparelhados, ótimos restaurantes, atrações diversificadas e de alto nível. O que é remendo fica para trás.
Assim, penso que Poços de Caldas deu um importante passo no sentido de sair do calcanhar de Campos do Jordão na busca pela evolução de patamar, na corrida pelo turista de elevado poder aquisitivo. Campos atrai mais turistas bem resolvidos financeiramente, o que leva a indústria automotiva, por exemplo, a produzir enormes estandes e organizar test-drives com seus carros, transformando a cidade numa espécie de Salão do Automóvel de inverno. Não só carros, mas fabricantes de celulares, moda, jóias, alta gastronomia e mutios outros setores da economia. Só é preciso saber se Poços quer crescer neste sentido, pois há investimentos paralelos que devem ser priorizados, como segurança.
Venho repetindo aqui no blog constantemente: o futuro do trabalho e do emprego na cidade está no turismo. Indústrias têm cada vez menos funcionários, mineração é um recurso finito, a guerra fiscal está levando investimentos (inclusive da cidade) para regiões como Suape, em Pernambuco. O que vai sobrar? Turismo. Atrativos naturais temos aos montes (perdoem o trocadilho), e os culturais parecem querer consolidar de agora em diante a cidade como um centro cultural capaz de proporcionar atrações também de nível internacional. Estou torcendo. Como no filme Campo de Sonhos, estrelado por Kevin Costner, uma voz parece dizer: “se fizer, eles virão”.
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