Peço a você que leia com bastante atenção a “poesia” abaixo:
“Essa garota
Fica louca nas batidas do meu funk
Essa garota
Cabelos longos sorriso deslumbrante
Quebra miudinho
Desce até o chão
Ela fica louca ao som do tamborzão
Cintura de mola
Quebro no quadril
Princesa do funk
Ela é made in Brasil
Nessa levada gostosa
Ela já se entregou
Já tá toda molhadinha
Ela sente calor
Rebolando agachadinha
Corpinho escultural
Já tomou varias tequilas
Ela tá a mil grau
Mais nada importa pra ela
Ela só quer zoar
No universo do funk
Ela deixou se levar”.
Algumas considerações pessoais: o Brasil infelizmente passa, no campo musical, por contínuos processos de “imbecilização”. Quando penso que o pior já passou, que a “Eguinha Pocotó” desembestou e nunca mais teremos notícias dela, quando tenho certeza de que sim, chegamos ao fundo do poço, surge algo pior.
Entre as boas heranças culturais –minha família é de artistas (confira em http://www.pintorescaruso.blogspot.com/)- sempre tivemos o gosto pela leitura e pela música de qualidade, ainda que com pequenos deslizes num ou noutro assunto. Por isso também não discrimino qualquer forma de expressão artística. Mas há hora e lugar para tudo na vida.
O fato é que ontem, 26/8, por volta das 18:30, estava ouvindo a rádio Libertas FM, emissora oficial da Prefeitura de Poços, quando o locutor colocou no ar esta “música”, qualificando-a entre as mais pedidas. Esta obra, capaz de corar de inveja um Fernando Pessoa, seja pelo incrível conteúdo da letra, seja pela qualidade do texto (“Ela tá a mil grau...”), é da lavra de um conterrâneo mineiro, um tal de MC Biju. Confesso que sou limitado em certos temas, entre eles o que quer dizer “MC” nestes casos. Mas se o sujeito quer escrever qualquer coisa, achar que aquilo é música, gravar e tocar numa rádio, tudo bem. O que não entendo de forma alguma é que uma rádio oficial, cujo papel cultural na sociedade é importantíssimo, se preste a tocar este tipo de coisa, que meus ouvidos se recusam a interpretar como “música”.
Um bom exemplo de rádio oficial é a Cultura Municipal de Amparo (SP), sintonizada em 102,9 FM. Programação de qualidade, faz justiça ao nome e devia ser uma espécie de referência para outras rádios oficiais.
Sou (modestamente) o que se pode chamar de ouvinte “qualificado”, aquele que interessa aos bons veículos de comunicação. Não vou deixar de ouvir a Libertas, mas toda vez que deparar com coisas do tipo “Já tá toda molhadinha, Ela sente calor, Rebolando agachadinha”, pode ter certeza de que mudarei para um dos bons cds que sempre me salvam nestas horas.
E para quem quiser continuar ouvindo, meus mais sinceros “pocotó-pocotó-pocotó, minha eguinha pocotó!”
“Essa garota
Fica louca nas batidas do meu funk
Essa garota
Cabelos longos sorriso deslumbrante
Quebra miudinho
Desce até o chão
Ela fica louca ao som do tamborzão
Cintura de mola
Quebro no quadril
Princesa do funk
Ela é made in Brasil
Nessa levada gostosa
Ela já se entregou
Já tá toda molhadinha
Ela sente calor
Rebolando agachadinha
Corpinho escultural
Já tomou varias tequilas
Ela tá a mil grau
Mais nada importa pra ela
Ela só quer zoar
No universo do funk
Ela deixou se levar”.
Algumas considerações pessoais: o Brasil infelizmente passa, no campo musical, por contínuos processos de “imbecilização”. Quando penso que o pior já passou, que a “Eguinha Pocotó” desembestou e nunca mais teremos notícias dela, quando tenho certeza de que sim, chegamos ao fundo do poço, surge algo pior.
Entre as boas heranças culturais –minha família é de artistas (confira em http://www.pintorescaruso.blogspot.com/)- sempre tivemos o gosto pela leitura e pela música de qualidade, ainda que com pequenos deslizes num ou noutro assunto. Por isso também não discrimino qualquer forma de expressão artística. Mas há hora e lugar para tudo na vida.
O fato é que ontem, 26/8, por volta das 18:30, estava ouvindo a rádio Libertas FM, emissora oficial da Prefeitura de Poços, quando o locutor colocou no ar esta “música”, qualificando-a entre as mais pedidas. Esta obra, capaz de corar de inveja um Fernando Pessoa, seja pelo incrível conteúdo da letra, seja pela qualidade do texto (“Ela tá a mil grau...”), é da lavra de um conterrâneo mineiro, um tal de MC Biju. Confesso que sou limitado em certos temas, entre eles o que quer dizer “MC” nestes casos. Mas se o sujeito quer escrever qualquer coisa, achar que aquilo é música, gravar e tocar numa rádio, tudo bem. O que não entendo de forma alguma é que uma rádio oficial, cujo papel cultural na sociedade é importantíssimo, se preste a tocar este tipo de coisa, que meus ouvidos se recusam a interpretar como “música”.
Um bom exemplo de rádio oficial é a Cultura Municipal de Amparo (SP), sintonizada em 102,9 FM. Programação de qualidade, faz justiça ao nome e devia ser uma espécie de referência para outras rádios oficiais.
Sou (modestamente) o que se pode chamar de ouvinte “qualificado”, aquele que interessa aos bons veículos de comunicação. Não vou deixar de ouvir a Libertas, mas toda vez que deparar com coisas do tipo “Já tá toda molhadinha, Ela sente calor, Rebolando agachadinha”, pode ter certeza de que mudarei para um dos bons cds que sempre me salvam nestas horas.
E para quem quiser continuar ouvindo, meus mais sinceros “pocotó-pocotó-pocotó, minha eguinha pocotó!”
Aplaudo de pé seu post!!! A rádio Libertas é uma vergonha para a cidade. Por lidar com dinheiro público, deveria ajudar a formar uma consciência em seus ouvintes e não colaborar para o empobrecimento cultural. Não há porquê se preocupar com índices de audiência, a rádio tem que transmitir músicas de qualidade e mensagens publicitárias de interesse geral da população. Providências urgentes!!!
ResponderExcluirTá aí, com esse eu concordo! Acho que rádio deve mesmo, além de informar com notícias em tempo real, fazer uma programação eclética e de boa qualidade. Quem sabe o próximo prefeito não melhora isso???
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