No post anterior falei sobre as pesquisas eleitorais e o fato de ter considerado exagerados os 15% de vantagem de Courominas sobre Tadeu. Hoje tive acesso ao resultado da pesquisa, feita pelo Ibope, referência em termos de pesquisas eleitorais. A pesquisa foi encomendada pela EPTV -leia-se Rede Globo- e foi divulgada em 17/9 no site http://g1.globo.com/.
A pesquisa aponta os seguintes resultados: Paulinho Courominas, do PPS, com 46% das intenções de votos; Paulo Tadeu, do PT, com 31%; Marcos Matavelli, do PC do B, com 1% e Waldir Inácio, do PSOL, com 1%. Os votos brancos e nulos totalizam 7% e os indecisos somam 13%, enquanto 1% preferiu não responder.
Pesquisa semelhante foi divulgada em 27/8, e naquela ocasião apresentou como resultados: Courominas com 38%, Tadeu com 34%, Matavelli com 5% e Inácio com 1%. A manchete da reportagem, também do site da EPTV, dava "empate técnico" entre Tadeu e Courominas.
A bronca de Tadeu começou com a publicação no Jornal Mantiqueira e Jornal de Poços de uma pesquisa, encomendada pelos próprios jornais, que deu resultado bastante semelhante (Courominas 45,2%; Tadeu 30,1%; Matavelli 1,7% e Inácio 1,7%). A pesquisa foi realizada pela MDA Pesquisas, e pode ser conferida em http://www.mdapesquisa.com.br/noticia.asp?id=20.
A reação de Tadeu foi pesada, conforme aparece no site de sua campanha: “Estão utilizando a mesma tática da eleição passada!”, disparou Paulo Tadeu, em referência aos números manipulados em pesquisas, fato idêntico ao que está ocorrendo agora. Em tom enérgico, emendou em seguida, dizendo que pesquisas não ganham eleição, o que vale “é o respeito pelo povo e trabalho sem tréguas por suas necessidades mais urgentes” .
É uma atitude corajosa de Tadeu afirmar que há manipulação numa pesquisa encomendada pela Globo, mas é preciso a mesma coragem para mostrar onde está a manipulação. Concordo com ele quando diz que "pesquisas não ganham eleição". Na eleição passada, Tadeu -então candidato à reeleição- era o favorito, e perdeu para Navarro.
Faltando pouco menos de 15 dias para a votação, é natural esperar o "aquecimento" das campanhas, com o fortalecimento das estratégias de "marketing de guerra". Imagine que os comitês são empresas e os candidatos são produtos: cada empresa quer vender seu produto como o melhor do mercado, inicialmente apenas mostrando suas vantagens. Com o acirramento da competição, passam a atacar o produto concorrente, de maneira cada vez mais dura. Não me espantaria se as ofensas saíssem do campo da "incompetência, incapacidade, inabilidade" e entrassem na ofensa pessoal, familiar. E aí, como crianças, dirão: "fui atacado primeiro"!
Ou, para usar velho preceito militar: "ataque sempre com sua maior força no ponto mais fraco do inimigo".
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"Segundo clichê!", como diriam os jornalistas da geração anterior à minha, atualizando com a informação mais recente): a guerra já ultrapassou a cerca da disputa entre candidatos e chegou à imprensa. O Jornal Mantiqueira pede, na Justiça Eleitoral, direito de resposta no programa do PT. A informação, publicada em destaque na capa da edição de 21/9, dentro de tarja preta, diz que "os últimos dois programas na televisão foram abertos com a informação de que o jornal havia sido condenado a pagar uma multa e dando a entender que se tratava de publicação fraudulenta de pesquisa".
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Paulo Tadeu comprou briga com a imprensa local. Em editorial, o jornal parte para o contra-ataque: "o senhor Paulo Tadeu foi sempre respeitado neste jornal e sempre teve espaço para defender suas idéias, mesmo aquelas com as quais nós não concordávamos. Mas tudo indica que o jornal só serve ou serviu para o uso de seus interesses". Por fim, o editor Ruy Alves assinala: "Não posso deixar que o nome que construímos nestes anos seja maculado por irresponsáveis".
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Chamem os bombeiros que agora pegou fogo!
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