Cuidar corretamente do patrimônio histórico não é exatamente uma atividade da qual nossa cidade possa se orgulhar. Exemplos não faltam: Palace Casino deteriorado, Thermas Antonio Carlos "empacada" no século passado, Country Club e seu cenário desanimador, entre tantos. Uma ou outra exceção aqui e acolá -como a Urca- mas a regra geral é a precariedade.
Um dos mais antigos patrimônios existentes em Poços de Caldas, se não o mais antigo, com 125 anos, corre sério risco de desaparecer, engolido pelo mato e pela perigosa aproximação da expansão imobiliária.
Refiro-me às centenárias colunas do "Viaducto do Ramal de Caldas da Cia. Mogyana". Reproduzo a seguir o relato existente no recomendado livro "Memorial da Companhia Geral de Minas", de Don Williams e Alex Prado: "1883 - Companhia Mogyana, ramal de Caldas, viaducto de Poços. Viaducto em curva de 82 m. de raio. Encontros e pilares de alvenaria. Vigias de alma cheia. 5 vãos de 13 metros, cada um. Custo da obra 78:000$ ou 196.560 francos ao cambio de 24d. por 1$000. (Photo Campinas - J. Vigier)". Trata-se da foto antiga, em preto e branco, que você observa no alto.
O viaduto foi construído entre 1881 e 1883 para servir ao "Ramal de Caldas", inaugurado em 1886. Em 1943 o percurso foi modificado, de modo a reduzir a inclinação em alguns trechos, visando aumentar a capacidade de carga dos trens. Esta alteração levou ao abandono do viaduto, cujos trilhos foram retirados, restando hoje as colunas, construídas com grandes blocos de pedra.
Com a criação de um novo bairro vizinho à PUC, o asfalto chegou muito perto das colunas, com a agravante de ter sido instalada uma grande manilha de águas pluviais, que pode contribuir para o aumento do volume de água junto às colunas, (o monte de terra que você vê na 3a. foto) comprometendo aquele patrimônio. Tomara eu esteja enganado.
Não sei se sou um sonhador, mas aquele local poderia ser transformado, como está hoje, visto na foto do meio, num "logradouro turístico", inclusive com iluminação da base para o topo, para visitação noturna. No mínimo é um ponto que "tem história para contar". Como a prioridade turística da cidade parece ser a feirinha de domingo na Praça Dom Pedro II (imperador que, aliás, "inaugurou" o Ramal de Caldas), acho que as colunas estão definitivamente condenadas -no mínimo ao esquecimento. Uma pena, mas ainda dá tempo de salvá-las.
Se você quiser consultar a localização exata das colunas no Google Earth, as coordenadas são: 21 graus 47'46".63 S e 46 graus 35'28.59" O. Ficam no vale entre o bairro Novo Mundo e a PUC. Clique nas imagens para ampliá-las.
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Um dos mais antigos patrimônios existentes em Poços de Caldas, se não o mais antigo, com 125 anos, corre sério risco de desaparecer, engolido pelo mato e pela perigosa aproximação da expansão imobiliária.
Refiro-me às centenárias colunas do "Viaducto do Ramal de Caldas da Cia. Mogyana". Reproduzo a seguir o relato existente no recomendado livro "Memorial da Companhia Geral de Minas", de Don Williams e Alex Prado: "1883 - Companhia Mogyana, ramal de Caldas, viaducto de Poços. Viaducto em curva de 82 m. de raio. Encontros e pilares de alvenaria. Vigias de alma cheia. 5 vãos de 13 metros, cada um. Custo da obra 78:000$ ou 196.560 francos ao cambio de 24d. por 1$000. (Photo Campinas - J. Vigier)". Trata-se da foto antiga, em preto e branco, que você observa no alto.
O viaduto foi construído entre 1881 e 1883 para servir ao "Ramal de Caldas", inaugurado em 1886. Em 1943 o percurso foi modificado, de modo a reduzir a inclinação em alguns trechos, visando aumentar a capacidade de carga dos trens. Esta alteração levou ao abandono do viaduto, cujos trilhos foram retirados, restando hoje as colunas, construídas com grandes blocos de pedra.
Com a criação de um novo bairro vizinho à PUC, o asfalto chegou muito perto das colunas, com a agravante de ter sido instalada uma grande manilha de águas pluviais, que pode contribuir para o aumento do volume de água junto às colunas, (o monte de terra que você vê na 3a. foto) comprometendo aquele patrimônio. Tomara eu esteja enganado.
Não sei se sou um sonhador, mas aquele local poderia ser transformado, como está hoje, visto na foto do meio, num "logradouro turístico", inclusive com iluminação da base para o topo, para visitação noturna. No mínimo é um ponto que "tem história para contar". Como a prioridade turística da cidade parece ser a feirinha de domingo na Praça Dom Pedro II (imperador que, aliás, "inaugurou" o Ramal de Caldas), acho que as colunas estão definitivamente condenadas -no mínimo ao esquecimento. Uma pena, mas ainda dá tempo de salvá-las.
Se você quiser consultar a localização exata das colunas no Google Earth, as coordenadas são: 21 graus 47'46".63 S e 46 graus 35'28.59" O. Ficam no vale entre o bairro Novo Mundo e a PUC. Clique nas imagens para ampliá-las.
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