Olhe o homem da foto. Parece bem velho, não? Estava caído hoje à tarde na calçada da principal rua de Poços de Caldas, a Assis Figueiredo. Eu chegava em casa e vi algumas pessoas de celular na mão observando o velhinho. Enquanto manobro meu carro para entrar na garagem, as pessoas que o "atendem" desaparecem. Volto ao lugar, paro meu carro perto dele e verifico se está vivo. Está. Tem pulso e temperatura.
Olhe de novo o homem da foto. Parece bem velho, não? Está com diversas escoriações pelo corpo. Seu braço está inchado. Seu rosto machucado. Marcas de sangue na roupa e no chão. Segundo um vizinho, ele foi agredido e "jogado" ali na calçada. Não me parece uma pessoa que possa reagir a uma agressão. É pequeno, frágil.
Ligo para o 192 - SAMU: "Já estivemos aí e ele recusou atendimento, não podemos obrigá-lo a ser atendido", diz a moça. "O caso é da Assistência Social, ligue no 153", ela conclui. Ligo para lá: "Já estivemos aí e ele recusou atendimento, não podemos obrigá-lo a ser atendido", diz a outra moça, que é Guarda Municipal.
Ligo para a Rádio Difusora, conto a história "no ar" ao radialista Paulo Sérgio, que também fica indignado e comovido. Pede ajuda.
Olhe mais uma vez o homem da foto. Parece bem velho, não? Mas ele tem apenas 54 anos. No bolso dele há um maço de cigarros. Também um documento, com nome. Vou chamá-lo de "José".
Agora, para mim, para o vizinho que o viu sendo agredido e para uma senhora de bom coração que também ficou por lá e lhe trouxe até uma camisa, ele é o "José", não mais um velhinho indigente. José conta que tem irmãos, tem filhos.
Converso com ele, desta vez sentado e não mais caído na calçada. José fala seu nome, a idade, a cidade onde nasceu, os nomes de parentes. Digo a ele que precisa ser atendido por um médico. A senhora que está junto insiste também. José concorda. Quer ser atendido. Sente dores.
Ligo de novo para o SAMU, mas falo com o médico. Explico o caso ao doutor, que me ouve atento. Digo que José não pode ficar na rua, vai chover. E o SAMU vem. Tiveram dignidade. Coisa que está faltando na vida de José.
Olhe pela última vez o homem da foto. Parece bem velho, não? Ele é o José. José sofre. É doente. Não importa, José é gente. Não é um "vira-latas". Merece cuidado e atenção. Da família e da cidade. José poderia ser eu ou você. Há outros "Josés" em Poços de Caldas. Alguns deles nem as próprias famílias querem.
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Olhe de novo o homem da foto. Parece bem velho, não? Está com diversas escoriações pelo corpo. Seu braço está inchado. Seu rosto machucado. Marcas de sangue na roupa e no chão. Segundo um vizinho, ele foi agredido e "jogado" ali na calçada. Não me parece uma pessoa que possa reagir a uma agressão. É pequeno, frágil.
Ligo para o 192 - SAMU: "Já estivemos aí e ele recusou atendimento, não podemos obrigá-lo a ser atendido", diz a moça. "O caso é da Assistência Social, ligue no 153", ela conclui. Ligo para lá: "Já estivemos aí e ele recusou atendimento, não podemos obrigá-lo a ser atendido", diz a outra moça, que é Guarda Municipal.
Ligo para a Rádio Difusora, conto a história "no ar" ao radialista Paulo Sérgio, que também fica indignado e comovido. Pede ajuda.
Olhe mais uma vez o homem da foto. Parece bem velho, não? Mas ele tem apenas 54 anos. No bolso dele há um maço de cigarros. Também um documento, com nome. Vou chamá-lo de "José".
Agora, para mim, para o vizinho que o viu sendo agredido e para uma senhora de bom coração que também ficou por lá e lhe trouxe até uma camisa, ele é o "José", não mais um velhinho indigente. José conta que tem irmãos, tem filhos.
Converso com ele, desta vez sentado e não mais caído na calçada. José fala seu nome, a idade, a cidade onde nasceu, os nomes de parentes. Digo a ele que precisa ser atendido por um médico. A senhora que está junto insiste também. José concorda. Quer ser atendido. Sente dores.
Ligo de novo para o SAMU, mas falo com o médico. Explico o caso ao doutor, que me ouve atento. Digo que José não pode ficar na rua, vai chover. E o SAMU vem. Tiveram dignidade. Coisa que está faltando na vida de José.
Olhe pela última vez o homem da foto. Parece bem velho, não? Ele é o José. José sofre. É doente. Não importa, José é gente. Não é um "vira-latas". Merece cuidado e atenção. Da família e da cidade. José poderia ser eu ou você. Há outros "Josés" em Poços de Caldas. Alguns deles nem as próprias famílias querem.
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José é gente e você é um anjo! Deus o abençõe!
ResponderExcluirCom carinho,
Angela Caruso