O que você faria se aquele carro tão sonhado que você comprou apresentasse uma série de defeitos graves com apenas cinco meses de uso? E se o sonho da casa própria se transformasse em pesadelo quando seu imóvel novo tivesse infiltrações ou rachaduras com menos de seis meses? No mínimo compraria uma caixa de lenços.
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Pois é. Foi o que aconteceu com a hoje apelidada Avenida "Alcova": antes mesmo de completar cinco meses de sua inauguração oficial, a obra é alvo de "reparos emergenciais". Recordando: em 25/9 Viva Poços! publicou post sobre os problemas visíveis na avenida; dois meses depois, ainda antes das chuvas, falamos da "inauguração" do primeiro buraco da nova avenida. Na ocasião, dissemos: "Desta vez não podem culpar as chuvas, nem os caminhões, nem o sol. A obra é nova. Custou milhões, pelo menos uns 30. E em apenas 60 dias apareceu o primeiro buraco, que pode ser o precursor de muitos. Como não deveria ter aparecido nenhum buraco -na minha modesta opinião, pelo menos por cinco anos- ninguém pode me chamar de pessimista ao afirmar que outros virão, e em breve. E aí teremos aquele gosto ruim de dinheiro público mal empregado".
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Diz o site da prefeitura, em 13/2: "São trechos avariados pelo excesso de umidade. Serão feitos reparos emergenciais. Nos oito quilômetros da avenida Alcoa, identificamos 150 metros que precisam de reparos, informou o engenheiro da Obras". Ou seja, fica parecendo que são "apenas" 150 metros, mas não deveria ser nenhum centímetro.
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Será que ninguém sabia que um dia ia chover? Será que a obra foi concluída e inaugurada às pressas, antes da eleição? Será que a base sob a camada do asfalto é "rasa"? Será, será, será... não sei, mas continuo na certeza de que os discursos do ex-prefeito Navarro diante de sua maior obra, "bancando" a construtora, além das preces elevadas pelas autoridades religiosas na festa de inauguração, não foram suficientes para garantir a durabilidade da pista. E os cinco minutos de fogos de artifício que "iluminaram o céu da zona sul em 27/09/08" estão se mostrando uma verdadeira bomba-relógio no colo da atual gestão.
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Ficar "recauchutando" o asfalto é paliativo. É preciso saber quem errou e responsabilizar: a construtora, a prefeitura, quem deveria fiscalizar, se o que foi entregue era o especificado, e se o especificado era suficiente para suportar o trânsito e o clima. Ou vamos condenar o pobre São Pedro de novo?
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