quinta-feira, 5 de fevereiro de 2009

DEIXEM O HOMEM TRABALHAR!

Não tenho inveja de ninguém, mas se fosse escolher alguém para tal garanto que não seria Paulo Cesar Silva, nosso prefeito Paulinho Courominas. Razões não me faltam, portanto vou reduzir o assunto à questão recente da construção do presídio. Já discuti aqui no Viva Poços! o fato de que o assunto vai além da vontade da Câmara Municipal ou de uma emenda mal resolvida à Lei Orgânica, com a qual Vossas Execelências brindaram a população em 2006, sem saber que não tinham competência para tanto -competência no caso é jurisdição, e não capacidade.

Penso que o prefeito está agindo de olho na necessidade de acabar de vez com aquele amontoado humano chamado anteriormente de cadeia, agora guindada à denominação de presídio. Nunca estive lá nem pretendo ir, mas é fácil saber o que acontece ali dentro, onde estão 200 pessoas num lugar capaz de suportar no máximo 25% disso. Se é construindo uma cadeia nova que se resolve o assunto, vamos em frente.

Curiosamente, nenhum dos vereadores -os mesmos que passaram sobre a Constituição Federal, aprovando a emenda (o tal artigo 192-A)- perceberam que a simples mudança de denominação de cadeia para presídio traria consequências sérias para a cidade. Todo mundo achou ótimo, a cidade ganharia mais policiais nas ruas, que deixariam a função de guardas prisionais para novos agentes especializados, mas infelizmente nosso legislativo ignorou que o assunto é de esfera estadual ou federal, e a fatura agora é debitada na conta do executivo. E o "filho feio" do caso, cuja paternidade ninguém -exceto o corajoso prefeito- quer assumir, é a localização do presídio. Está nadando sozinho -confesso que não vi, li ou ouvi posicionamentos concretos de outras autoridades locais, incluindo nossos deputados. Se estiver errado alguém me informe.

Temos em jogo uma verba altíssima que pode ou não vir para a cidade, e se ficarmos na discussão do "onde", corremos o risco de perder o "quanto" (investimento federal e estadual) para outra cidade. Como temos que dar fim na questão da cadeia atual, corremos o risco de ter que usar verba do município, que vai sair de outras dotações, provavelmente da educação ou da saúde. Aí sim faremos um mau negócio e lamentaremos duplamente.

Além disso, o prefeito poderia entender que passou a fase do "bom de serviço, bom de coração", dando lugar às decisões -duras ou não- que precisam ser tomadas. Enfrentar um barranco desabando de madrugada é bacana, mas, como me ensinou um grande mestre na universidade, a democracia muitas vezes exige a força para ser mantida. Imagine se para cada assunto polêmico o prefeito tiver que ouvir toda a população, pedir plebiscito ou comprar uma pesquisa de mercado: certamente Poços perde a chance de receber este e outros investimentos. Para tanto elegemos vereadores, além do próprio prefeito, todos dignos representantes da vontade popular. Todos inclusive remunerados para tanto. Nenhum está lá de graça.

Claro que eu gostaria de ver uma verba do tamanho desta (até o momento fala-se em R$ 18 milhões) na construção de um hospital, por exemplo, e ainda assim existiriam contentes e descontentes, querendo ou não o hospital ao alcance da visão. É o batido exemplo da feira-livre: queremos uma perto de nossas casas, mas não em nossas portas.

Se chegarmos a um impasse sobre zona sul, leste ou oeste, que aquele que a cidade elegeu com ampla maioria "bata o martelo". Neste e em outros assuntos. Afinal, é para tomar decisões que o elegemos.
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