DECLARAÇÃO DE GUERRA?

O prefeito Paulo Cesar Silva vai enfrentar o gosto amargo de ter a oposição no seu pé. É o que pretende a nova direção do Partido dos Trabalhadores, capitaneada pelo advogado João Monteiro. Em reportagem publicada ontem no Jornal de Poços, o presidente local do PT afirma que o partido está "organizando e planejando ações efetivas de acompanhamento da administração municipal, da qual somos virtuais opositores, sobretudo na fiscalização de obras e contratos de serviços, reunindo documentos a serem enviados para os órgãos de controle da União, Estado, Ministério Público, Poder Judiciário".

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Ainda segundo o presidente, "o objetivo é o mesmo de todo partido de oposição, que é fiscalizar a administração municipal naquilo que ela está errando, gastando demais, superfaturando, se é que está superfaturando, e vamos comprovar isso. Como? As pessoas saberão na medida em que os fatos forem acontecendo".

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É quase um "fogo-amigo", para usar uma expressão de guerra. Para quem não sabe ou não lembra, o prefeito Paulo Cesar Silva era do PT, de onde bateu asas e conquistou espaço político respeitável, vencendo a eleição passada justamente sobre o PT.

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Quanto ao que diz o presidente da legenda, na minha opinião não estão fazendo nada além da obrigação de todo cidadão ou partido, de oposição ou não, desde que o papel seja desempenhado em nome do povo, sem mágoas, ressentimentos ou "caça às bruxas", separando o que efetivamente é mau uso do dinheiro público do interesse eleitoral. Ano que vem tem eleições.

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Muito me intriga -na política de hoje- pensar em "situação e oposição": em tese, quem está no poder é situação e quem não está é oposição. Assim, o PT é oposição em Poços, mas o partido contou com o apoio do governador Aécio (PSDB), na eleição do aliado do PSB para prefeito em Belo Horizonte. O mesmo Aécio desfruta de elevado prestígio junto ao presidente Lula, do PT, que é situação na esfera federal, mas oposição em relação a Aécio e Paulinho. Seria melhor trocar os termos situação e oposição por "está" e "não está". No poder.

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