sexta-feira, 26 de junho de 2009

VIRANDO A MESA

Continuando o assunto de ontem sobre a impopular medida que a prefeitura adotou em relação ao Restaurante Popular, nada como um sal de frutas depois do outro. Edital da prefeitura publicado hoje (26/6) prorroga por mais 12 meses o contrato com o fornecedor do restaurante e traz informações importantes que explicam o que de fato está por trás da história, que efetivamente derrubam molho na roupa dos frequentadores do local. Confira:
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-haverá uma redução no total de almoços servidos, de 385 mil para 358.700 (redução de cerca de 7%), mais 75.600 sopas, o que dá o total de 434 mil refeições anunciados ontem. Entendendo: redução do total de almoços, o "prato de resistência" do restaurante. Só isso seria motivo para redução dos valores ou, na pior das hipóteses, uma "banho-maria" nos preços;
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-o custo para o fornecedor da refeição (almoço) continua o mesmo de antes -R$ 3,00. A jogada é que antes a prefeitura arcava com R$ 2,00 desse valor e o consumidor com R$ 1,oo. Agora a mesa foi virada e o consumidor banca R$ 2,00 e a prefeitura o R$ 1,00 restante. No caso do jantar a conta é ainda mais cruel: o custo da sopa é de R$ 1,00, valor a ser pago integralmente pelo engasgado consumidor;
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-com essa artimanha, nossa prefeitura boa de coração economiza, às custas da população, nada menos que R$ 216.300, já que o valor do contrato cai de um total de R$ 575 mil para R$ 358.700 em um ano.
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Atitude lamentável da prefeitura. Deveria ser objeto de inquietação e inquisição na Câmara, mas lá parecem estar mais preocupados com a situação do canil municipal do que com o aumento de 100% num dos poucos benefícios decentes oferecidos aos menos aquinhoados financeiramente. De quebra, ano que vem tem eleição e, curiosamente, estão dando munição para a oposição. Já dá para imaginar como usarão os 12% de aumento do IPTU ou os 100% de aumento no restaurante, frente aos 3% de aumento nos salários dos servidores.
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Para liquidar, fugindo um pouco do assunto mas ainda na ótica da economia marota, dentro do discurso oficial de crise, logo vão querer também que as empresas instaladas ou usuárias da Avenida Celanese banquem a reforma da pista. É esperar para ver.
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