Um projeto interessante foi literalmente "colocado na praça" pela pedagoga Angela Caruso, minha mulher, para tirar os livros das prateleiras. Ela conta:
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"Há alguns meses li uma reportagem sobre a experiência de um jornalista de São Paulo, que colocou em seu carro uma caixa contendo obras de autores variados e circulou pelas ruas oferecendo os livros aos pedintes e ambulantes que cercavam seu carro nos semáforos da cidade. Não houve recusa e havia quem lhe pedisse mais de um. Esta história chamou minha atenção para os livros que estavam acomodados nas prateleiras de minha casa havia anos, apenas ficando cada vez mais amarelos e cheios de ácaros. Resolvi adaptar a experiência do jornalista para a vida de Poços de Caldas –afinal, não encontramos pedintes e vendedores nos semáforos daqui.
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Denominado “Passa Livros” (nome inspirado na brincadeira infantil “passa anel”), preparei um recadinho que foi colado em todos os livros:
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“Passa Livro – histórias que circulam pela praça”
Olá, cuide bem deste livro e após desfrutar desta leitura, ofereça-o a alguém, aqui mesmo onde o recebeu. Não deixe que esta história fique aprisionada novamente na estante. Permita que outros possam ter a mesma oportunidade que você.
Faça as histórias circularem pela praça.
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A ideia inicial era distribuir os livros nas praças da cidade e dar a cada um a responsabilidade de fazer o livro / histórias continuarem a circular. Naquela manhã (13/7), com olhar atento aos que transitavam pela Praça Pedro Sanches, peguei a primeira pilha de livros e comecei a distribuição. Procurei abordar inicialmente os trabalhadores da praça -jardineiros e varredores- mas fui oferecendo os livros a todos que me pareciam abertos a me receber. O primeiro deles foi um jardineiro: trocamos algumas informações de ordem técnica sobre jardins e gramas, daí perguntei a ele se gostava de ler e se aceitava um livro. Inicialmente não quis, mas depois que seu companheiro de trabalho pediu para ver os livros e aceitou um, voltou atrás e escolheu um para si também. Logo em seguida duas senhoras que tomavam sol recusaram meus livros, mas a “festa” ficou por conta das senhoras que varriam os jardins. Nenhuma delas recusou. Algumas levaram mais de um livro. Um sorveteiro disse-me que gostava de ler jornais, então dei a ele uma revista. Outra pessoa, que afirmava gostar de ler, questionou-me se não faria falta para mim o livro que ofereci. Um senhor que descansava após caminhar ficou surpreso com minha atitude e me parabenizou. Um grupo de garotas usou a expressão “Que massa!” para a ideia de distribuir livros. Quando eu carregava a última pilha de livros, duas senhoras que varriam a calçada me chamaram de longe: “hei, você não é a ‘moça dos livros’? Eu queria um também!” – acabou levando dois. Um rapaz, artista de rua, disse-me que eu realizaria um sonho se pudesse lhe dar os livros de arte. Ganhou os livros.
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As manifestações foram variadas, surpreendentes e até emocionantes. Todos receberam os livros com duas únicas recomendações: aproveitar a leitura e passar o livro adiante!
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Como pouco se cria, mas muito se transforma, fica aqui minha sugestão: livro na estante só tem vida quando manuseado e lido por alguém, caso contrário só ocupa espaço e cria ácaros.
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Faça acontecer em sua cidade ou bairro um “Passa Livros” também. Caso você tenha dificuldades para isso e tem livros para “passar”, mora em São Paulo ou Poços de Caldas, mande um email (san-caruso@hotmail.com) que cuidarei de retirar os livros. Angela."
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Ei... Angela... tb tenho esta vontade e ando procurando uma forma de fazer acontecer em BH...
ResponderExcluirParabens
Vamos ler e oferecer a leitura
Telmo.com.br