quinta-feira, 22 de outubro de 2009

MELHOROU PARA PIOR


Podem falar o que quiser de mim: boquirrôto, falastrão, fanfarrão, parlapatão ou que pego no pé. Mas de uma única coisa nunca poderei ser acusado -não ser um sujeito apaixonado por essa cidade. E, como tal, adotei e fui adotado por Poços de Caldas, buscando, como qualquer jornalista e/ou cidadão deve, fazer de sua casa, rua, bairro, região, um lugar cada dia melhor para viver.
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Chamou minha atenção ontem (21/10) o colossal volume de carretas estacionadas nas imediações do depósito do Atacado Vila Nova, todas esperando o momento de descarregar -ou carregar- nas dependências da empresa. Impossível não se comover com a situação de dezenas de motoristas, literalmente "na rua".
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O assunto esteve recentemente na pauta oficial, reproduzida por toda a mídia local, já que moveu o vereador Antonio Carlos Pereira, líder do prefeito na Câmara, a usar a sagrada tribuna do Legislativo para "para pedir providências ao Demutran no que diz respeito à utilização da avenida Caetano Peterle para o estacionamento de caminhões e carretas, desta vez para ressaltar que o problema foi resolvido e agradecer a atuação do Departamento. Segundo Pereira, o estacionamento de caminhões e carretas na avenida era um problema antigo, que preocupava os moradores do Jardim Country Club", diz o release da Câmara.
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Tudo passageiro. Ontem, de volta para casa no final da tarde, deparei com a situação das imagens acima: o tal espaço ocioso aberto pelo Vila Nova estava lotado e pelo menos outras 20 ou mais carretas estavam estacionadas na avenida em frente ao Vila Nova (o release da Câmara curiosamente não citou a o nome da empresa, apesar de terem feito uma boa ação) e nas ruas próximas, ignorando a sinalização que proíbe o estacionamento, estreitando a passagem e obrigando os outros veículos a trafegarem pela contramão, situação que continuou na manhã de hoje (22/10). Ou seja, foi o tal fogo de palha: o vereador pediu, o Demutran foi lá, a empresa liberou um espaço e, passados pouco mais de três meses, a situação voltou -piorada.
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É claro que falta fiscalização, apesar de termos mais de 4.500 funcionários lotados na Prefeitura. O trabalho do vereador nesse caso acabou desmoralizado, o do Demutran nem se fale. O jeito é esperar que um outro vereador se levante, e que um novo release seja publicado e repetido pela imprensa e, até que corram outros 90 dias, continuaremos nesse joguinho de enganação em que a prefeitura finge que fez sua parte e o povo finge que acredita no que foi feito.
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E aquela sonhada "cidade melhor" que falei lá no começo vai ficando cada vez mais distante, perdida em interesses "imexíveis" ou no desperdício de palavras de um jornalista solitário que, para alguns míopes, só "pega no pé". Meu "modelo de gestão oficial" é similar ao da empresa privada, aquele que resolve as situações definitivamente e no menor tempo, ao menor custo. Nesse aspecto, a mega-estrutura municipal arrasta-se na velocidade das charretes na João Pinheiro. No fundo, o caso das carretas do Vila Nova é muito mais um símbolo do que acontece na cidade, e não exatamente um grande problema.
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Confira a notícia sobre a soulção do assunto há três meses em:
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