Finalmente aconteceu a apresentação, em 22/12, dos primeiros traços do projeto Niemeyer, ideia conduzida na marra por essa legislatura para uma futura sede do legislativo, apesar da não unanimidade entre os vereadores e das críticas de “pequena parte da mídia”, como gostam de destacar alguns defensores da ideia.
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Para apresentar o projeto, o presidente da Câmara convocou uma parte da imprensa local. Não fui convidado, mas evidentemente poderia ter ido, já que aquela é a “Casa do Povo” e, portanto, o acesso não pode ser proibido a nenhum cidadão. Recebi uma ligação de um engenheiro que gostaria de ter ido, mas foi informado em contato telefônico com a Câmara que “era só para imprensa”, apesar de alguns arquitetos presentes, conforme atestaram as imagens da tv.
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Não vou nem entrar no mérito da discussão sobre a área, as acomodações, os espaços, ou o fato de que o o local terá capela ou mesmo um museu, além de praça de alimentação. Finalmente a zona sul ganhará um “shopping center”, pago com o dinheiro dos contribuintes de todas as regiões da cidade. Pessoalmente não acredito que a construção seja concretizada, visto que até hoje o tal “espaço do Paço” sequer tem os devidos licenciamentos ambientais, portanto, de acordo com o Ministério Público, ainda é intocável, apesar do malabarismo técnico-político para transformá-lo em área passível de receber um empreendimento desse tipo.
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É assunto que corre o risco de “micar” na mão dos próximos presidentes da Câmara, que terão que justificar a obtenção ou empenho de muitos milhões de reais para erguer o prédio, com suas 220 vagas de garagem subterrâneas -só para ilustrar, um bom shopping center da região tem 870 vagas de estacionamento. Além disso, seus potenciais vizinhos (Executivo, Judiciário e outros) provavelmente terão que embarcar em nau semelhante, afinal um “vizinho de Niemeyer” tem que ter seu garbo, não pode ser um “prediozinho”, um caixote qualquer. Tudo isso às expensas da população, que poderia ver essas fortunas aplicadas em investimentos mais interessantes.
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“O projeto preliminar da obra simboliza o voo de um pássaro branco, e foi aprovado de imediato pelos vereadores”, disse o presidente da Câmara, durante a apresentação, conforme publicado no Jornal de Poços de 23/12.
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Bastante curiosa essa coisa de aves aqui na Cidade. Uma hora é um beija-flor, outra é a pomba da paz, depois os urubus do lixão (esse, eufemisticamente chamado de “aterro sanitário”), entre outros bípedes emplumados a pulular pelo Planalto de Poços. Toda essa zoologia me faz pensar na semelhança que há entre aves e alguns políticos da fauna brasileira. Veja a seguir se você não identifica boa parte deles.
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O Pardal - anda em pequenos grupos e vive basicamente de migalhas ou restos, contentando-se com qualquer coisa ou cargo. Um ou outro eleitor até gosta de pardais, muito mais por pena (sem trocadilhos, claro), mas ninguém os cria. São pequenos, ariscos e estão por toda parte.
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O Andorinha - voa em grandes grupos, habita os locais mais inusitados e só aparecem em épocas determinadas. Uma revoada de andorinhas é um belo espetáculo, desde que você não esteja embaixo delas, pois sempre deixam um rastro de "sujeira", para usar um termo elegante. De acordo com especialistas, uma andorinha pode viver até oito anos, o tempo exato de dois mandatos.
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O Coruja - ave curiosa essa, considerada o símbolo da inteligência. Seu pescoço pode girar 360 graus, o que permite a observação atenta do que acontece em todas as direções, grupos e partidos. As corujas gostam de agir após o anoitecer, quando voam silenciosamente em busca de suas presas.
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O Urubu - ave típica do continente americano, tem hábitos alimentares necrófagos, ou seja, come restos orgânicos em decomposição. Apesar de sua importância ecológica e da capacidade de alcançar grandes altitudes, sua proximidade é sempre mal vista. Não conheço ninguém que pose para fotos com um urubu, a não ser que, ofuscado, pense estar diante de uma águia.
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O Avestruz - enorme e apesar do jeito “bonachão”, é considerado um animal perigoso em muitos lugares do mundo. É bastante resistente e tem expectativa de vida muito longa. Seu pescoço comprido permite ver e ser visto acima da multidão. Apesar disso, é muito mais conhecido pela crença popular sobre sua habilidade de esconder a cabeça na areia ao primeiro sinal de perigo, recurso muito conveniente e valioso na vida política.
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O Pinguim - apesar de aparentemente estar sempre "numa fria", uma importante característica do pinguim é agrupar-se com seus semelhantes para conservar o calor e fazer rotação de posições para que cada pinguim disponha de um tempo no centro do bolsão de calor. Ou seja, de tempos em tempos um está na berlinda, enquanto os outros aguardam a vez na geladeira.
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O Águia - tem por representante máximo a Águia-de-cabeça-branca. Quando nasce é inexpressiva, feiosa. Depois que cresce ganha um bico grande, curvo a afiado, que dilacera suas presas. Quando suas crias conseguem voar sozinhas, a águia simplesmente as expulsa do ninho, negando-lhes alimento e apoio. Apesar do porte altivo e de sempre ser citada como referência, é uma espécie ameaçada de extinção.
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O Pavão - ah, o pavão, lindo, todo colorido. Um pavão praticamente não anda, mas levita sobre nuvens de gelo seco. Não exita em exibir sua plumagem extravagante para alcançar seus objetivos, em geral quando chegam em um novo espaço. Apesar da beleza exterior, são aves que só se dão bem em cativeiro, e suas penas quase sempre acabam enfeitando um vaso de quem os cria.
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E você, conhece mais alguma “ave-política”?
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Para apresentar o projeto, o presidente da Câmara convocou uma parte da imprensa local. Não fui convidado, mas evidentemente poderia ter ido, já que aquela é a “Casa do Povo” e, portanto, o acesso não pode ser proibido a nenhum cidadão. Recebi uma ligação de um engenheiro que gostaria de ter ido, mas foi informado em contato telefônico com a Câmara que “era só para imprensa”, apesar de alguns arquitetos presentes, conforme atestaram as imagens da tv.
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Não vou nem entrar no mérito da discussão sobre a área, as acomodações, os espaços, ou o fato de que o o local terá capela ou mesmo um museu, além de praça de alimentação. Finalmente a zona sul ganhará um “shopping center”, pago com o dinheiro dos contribuintes de todas as regiões da cidade. Pessoalmente não acredito que a construção seja concretizada, visto que até hoje o tal “espaço do Paço” sequer tem os devidos licenciamentos ambientais, portanto, de acordo com o Ministério Público, ainda é intocável, apesar do malabarismo técnico-político para transformá-lo em área passível de receber um empreendimento desse tipo.
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É assunto que corre o risco de “micar” na mão dos próximos presidentes da Câmara, que terão que justificar a obtenção ou empenho de muitos milhões de reais para erguer o prédio, com suas 220 vagas de garagem subterrâneas -só para ilustrar, um bom shopping center da região tem 870 vagas de estacionamento. Além disso, seus potenciais vizinhos (Executivo, Judiciário e outros) provavelmente terão que embarcar em nau semelhante, afinal um “vizinho de Niemeyer” tem que ter seu garbo, não pode ser um “prediozinho”, um caixote qualquer. Tudo isso às expensas da população, que poderia ver essas fortunas aplicadas em investimentos mais interessantes.
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“O projeto preliminar da obra simboliza o voo de um pássaro branco, e foi aprovado de imediato pelos vereadores”, disse o presidente da Câmara, durante a apresentação, conforme publicado no Jornal de Poços de 23/12.
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Bastante curiosa essa coisa de aves aqui na Cidade. Uma hora é um beija-flor, outra é a pomba da paz, depois os urubus do lixão (esse, eufemisticamente chamado de “aterro sanitário”), entre outros bípedes emplumados a pulular pelo Planalto de Poços. Toda essa zoologia me faz pensar na semelhança que há entre aves e alguns políticos da fauna brasileira. Veja a seguir se você não identifica boa parte deles.
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O Pardal - anda em pequenos grupos e vive basicamente de migalhas ou restos, contentando-se com qualquer coisa ou cargo. Um ou outro eleitor até gosta de pardais, muito mais por pena (sem trocadilhos, claro), mas ninguém os cria. São pequenos, ariscos e estão por toda parte.
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O Andorinha - voa em grandes grupos, habita os locais mais inusitados e só aparecem em épocas determinadas. Uma revoada de andorinhas é um belo espetáculo, desde que você não esteja embaixo delas, pois sempre deixam um rastro de "sujeira", para usar um termo elegante. De acordo com especialistas, uma andorinha pode viver até oito anos, o tempo exato de dois mandatos.
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O Coruja - ave curiosa essa, considerada o símbolo da inteligência. Seu pescoço pode girar 360 graus, o que permite a observação atenta do que acontece em todas as direções, grupos e partidos. As corujas gostam de agir após o anoitecer, quando voam silenciosamente em busca de suas presas.
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O Urubu - ave típica do continente americano, tem hábitos alimentares necrófagos, ou seja, come restos orgânicos em decomposição. Apesar de sua importância ecológica e da capacidade de alcançar grandes altitudes, sua proximidade é sempre mal vista. Não conheço ninguém que pose para fotos com um urubu, a não ser que, ofuscado, pense estar diante de uma águia.
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O Avestruz - enorme e apesar do jeito “bonachão”, é considerado um animal perigoso em muitos lugares do mundo. É bastante resistente e tem expectativa de vida muito longa. Seu pescoço comprido permite ver e ser visto acima da multidão. Apesar disso, é muito mais conhecido pela crença popular sobre sua habilidade de esconder a cabeça na areia ao primeiro sinal de perigo, recurso muito conveniente e valioso na vida política.
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O Pinguim - apesar de aparentemente estar sempre "numa fria", uma importante característica do pinguim é agrupar-se com seus semelhantes para conservar o calor e fazer rotação de posições para que cada pinguim disponha de um tempo no centro do bolsão de calor. Ou seja, de tempos em tempos um está na berlinda, enquanto os outros aguardam a vez na geladeira.
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O Águia - tem por representante máximo a Águia-de-cabeça-branca. Quando nasce é inexpressiva, feiosa. Depois que cresce ganha um bico grande, curvo a afiado, que dilacera suas presas. Quando suas crias conseguem voar sozinhas, a águia simplesmente as expulsa do ninho, negando-lhes alimento e apoio. Apesar do porte altivo e de sempre ser citada como referência, é uma espécie ameaçada de extinção.
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O Pavão - ah, o pavão, lindo, todo colorido. Um pavão praticamente não anda, mas levita sobre nuvens de gelo seco. Não exita em exibir sua plumagem extravagante para alcançar seus objetivos, em geral quando chegam em um novo espaço. Apesar da beleza exterior, são aves que só se dão bem em cativeiro, e suas penas quase sempre acabam enfeitando um vaso de quem os cria.
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E você, conhece mais alguma “ave-política”?
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