sábado, 23 de janeiro de 2010

PANELAS, BARRIGAS E VERDADES VAZIAS

Depois da tentativa de banho-maria no caso do fechamento do Restaurante Popular, a panela entornou, derrubando o caso na tv Globo, por enquanto em mídia regional. No site da EPTV (link abaixo) é possível assistir a pauta de três minutos que foi ao ar em 21 de janeiro. Duas falas beiram o surreal: a primeira, de uma fornecedora que não recebeu cerca de R$ 5 mil referentes aos vegetais por ela entregues desde setembro do ano passado, o que confirma as denúncias de que as coisas não cheiravam bem pelos lados do restaurante. Fácil imaginar que outros fornecedores devem estar passando pela mesma dificuldade.
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A outra fala é da própria apresentadora do jornal, reproduzindo o que disse o responsável pela exploração do local, um empresário que disputou e venceu uma licitação oficial: "quem deve pagar fornecedores e salários é a prefeitura". Não dá nem para comentar essa postura. Não sei se o "deve" é uma tentativa de empurrar a conta goela abaixo do Povo ou se é uma forma de levantar um possibilidade, um talvez, ainda mais depois que a reportagem apontou que os problemas de gestão do restaurante se agravaram, de acordo com oempresário responsável, porque a prefeitura não quis reajustar mais uma vez os preços, que já haviam sido majorados para os frequentadores em 100%. Resolveu fácil: pegou seu banquinho e saiu de mansinho, fechando o restaurante e deixando forncedores e funcionários vendo as águas termais passando embaixo da ponte. Nota de ontem do site da Prefeitura confirma que os salários de dezembro foram pagos, atrasados, com "cheque endossados pelo proprietário".
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Chegar a esse ponto -o fechamento supresa do restaurante nas barbas da administração- significa no mínimo falta de zêlo da Municipalidade, que não acompanhou a evolução do problema de perto. Isso se explica facilmente pelo fato de Poços ter somente 4.500 funcionários públicos, que têm dificuldades para dar atenção aos pequenos problemas como barrigas vazias. Dos outros, claro.
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Alguém ligado diretamente à operação precisa vir a púbico e assumir a responsabilidade. E não adianta apenas o chefe do executivo bater no peito e fazer o mea culpa. É pouco. Para isso temos secretários, diretores, chefes, sub-chefes e companhia. Todos eles com os salários de dezembro em dia. Muitos deles com cargos "entregues" ao chefe. Um grande papelão às vésperas de eleições. Um banquete para a oposição.
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