quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

POR ÁGUA ABAIXO

Em maio de 2007 começou a construção da Estação de Tratamento de Esgotos -ETE 1, obra de uma empresa de Belo Horizonte. No final no ano passado, a construtora deu "férias" aos funcionários e... sumiu, despareceu, escafedeu-se, parafraseando Evandro Mesquita em "A Dois Passos do Paraíso". Mais do que dar férias, deu o cano.
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É a repetição do desastre protagonizado pela Municipalidade mês passado no caso do Restaurante Popular, quando a expressão típica era a de surpresa e espanto na face daqueles que deveriam estar por dentro de tudo o que ocorre nas obras e atividades oficiais, não se esquivando pelo uso de verbos na terceira pessoa. No popular, a lamentável "cara de paisagem".
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E foi com esse semblante que o Secretário de Obras concedeu entrevista à TVPlan hoje, quando falou que uma caução deixada pela construtora servirá para cobrir despesas trabalhistas e com fornecedores. Disse ainda: "não pode uma empresa de fora vir aqui em Poços de Caldas causar prejuízos a pessoas e empresas de nossa população". Pode sim, secretário. Pode e fez, nas barbas da Municipalidade. Agora bate o desepero para chamar outra empresa, e isso tem um custo, que certamente vai onerar a previsão de R$ 7,5 milhões da ETE 1.
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Além do custo financeiro, há o custo político. O caso bota numa tremenda, apertadíssima saia justa o Chefe do Executivo, que há uma semana esteve na tribuna da Câmara abrindo o ano legislativo, quando pronunciou longo discurso em que destacou, textualmente: "Estão em pleno andamento, com datas previstas para inauguração neste exercício, as seguintes obras - construção da Estação de Tratamento de Esgotos ETE 1", entre outras. A íntegra do pronunciamento está disponível no site da Prefeitura.
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Não é possível. Tem alguém jogando contra. Ou contra o Povo, ou contra o chefe, que há uma semana falou uma coisa e foi contrariado nesse (mais um) lamentável episódio, em pleno ano eleitoral. Logo vamos virar motivo de piada. De mau gosto.
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Um comentário:

  1. Pois é Caruso...fico aqui pensando se a Administração, nos dois casos citados, restaurante popular e ete, ao analisar as empresas na licitação não percebeu isso? Sabe porque...porque há um histórico destas empresas, ou pelo menos deveria ser pedido e apresentado...tipo: chegou agora ou já está no mercado há muito tempo...e o que vc faz é bem feito tem garantia e é avalizado por outras pessoas públicas, tem lastro e capital para suportar o andamento da construção??Se não tomaram estes cuidados foi por água abaixo, agora resta saber se intencional ou não...

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