Começo pensando na incomparável obra do imortal Vivaldi e As Quatro Estações, um conjunto de concertos capaz de sensibilizar o mais gelado ouvinte na sequência de Primavera, Verão, Outono e Inverno. Antonio Lucio Vivaldi nasceu em Veneza e estima-se ter deixado para a posteridade mais de 700 obras, com Quatro Estações reconhecida como a mais popular. Vivaldi influenciou até mesmo seu contemporâneo, o também fenomenal Bach.
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Muito bem. Não se trata de súbito interesse em boa música -sempre tive e a chance de alguém me encontrar num pagodinho ou axé é remota. O texto acima é uma figura que os jornalistas chamam de "nariz de cera", uma introdução meio romanceada, extensa e pouco objetiva para o assunto foco de um artigo, algo como os batidos "numa linda manhã de sábado, a sempre acolhedora cidade sulfurosa..." e por aí vai.
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De fato, foi numa linda manhã de sábado que o imbróglio local das Quatro Estações transformou-se cefaleia, com a entrada tardia em operação do novo sistema de ônibus em Poços de Caldas, assunto discutido e estudado há anos. Nossa cidade tem uma relação tumultuada com o tema "transporte", já que em passado recente foi possível pensar na convivência mansa e pacífica do jurássico veículo de tração animal ao futurista Monotrilho -dois extremos que, sem trocadilho, não levam a lugar algum. A dificuldade está no meio dos dois, com os veículos motorizados e o transporte público, esse o grande vilão do momento.
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A denominação "transporte público" é definitiva, não apenas no fato de conduzir a população basicamente no percurso casa-trabalho-casa, mas principalmente porque deve ter gestão, comando público, oficial. No caso dos ônibus, esse é o primeiro grande ponto (também sem trocadilho, por favor): muitos acham que os problemas de transporte público da cidade, agravados esta semana, são culpa única e exclusiva da empresa concessionária e seu presidente-proprietário. Imputar a essa pessoa física o fiasco inicial do novo sistema equivale a pendurar de cabeça para baixo o Rei Momo pela baixa presença de público no Corredor do Axé. No caso dos coletivos, nem mesmo a distribuição de vales-transporte grátis acalmaria os ânimos. Desnecessário gastar a paciência do leitor com explanações sobre concessão -é autoexplicativo, o poder público concede a exploração do serviço, mas o dono sempre foi e será o poder concedente, em última instância, o Povo, acertando ou não na hora de apertar o botão verde da urna.
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Quatro estações formam o complexo sistema novo, que não é tão duro de entender quanto as nomenclaturas usadas -troncal, perimetral, radial ou alimentadora parecem nomes saídos de um episódio de Star Trek para quem, do alto de sua humildade, quer apenas "chegar na firma, picar o cartão, cumprir seu turno e voltar para casa". Com ou sem marmita inclusa. Duro de entender é ver o concessionário jogado aos leões, tendo que explicar sozinho um sistema que está totalmente fixado em seus neurônios, mas não foi integralmente compreendido sequer pela totalidade de seus colaboradores, criando situações de constrangimento entre passageiros e funcionários, todos parados numa fila sem sentido em busca de uma informação simples. Não sou advogado ou representante dos interesses da empresa, mas, paralelo, espanta sobremaneira o silêncio do chefe do executivo no assunto, blindado de tamanho desgaste num assunto que definitivamente é de sua alçada.
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Particularmente não gosto do sistema de cartão, clone de celular pré-pago, no qual o passageiro só merecerá os tão falados "descontos" se fizer cadastro e portar o tal plástico. É tão estranho que se o cidadão quiser pagar à vista, em dinheiro vivo, moeda sobre nota, não terá desconto. Ou seja, discrimina-se entre dois tipos de passageiros: os sem e os com cartão. Como também é incompreensível que um usuário habitual de determinado trajeto, que usava um ônibus e pagava R$ 2,00 para ir de casa ao trabalho, passe a precisar de dois ônibus e todo o inconveniente das trocas de veículos -as "baldeações"- e tenha que pagar R$ 3,00 pelo mesmo percurso, caso concreto de uma colega de trabalho, já portadora do tal cartão. Pelo jeito, esse caso não é exceção.
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Há que se apurar, ainda, em planilhas de custos apresentadas de forma transparente e inteligível ao Povo, a representatividade do "prejuízo inicial" que o sistema representa na receita da concessionária, ponderando a quebra frente os ganhos econômicos que o projeto incorpora. É muita ingenuidade pensar que o mais humilde dos poçoscaldenses seja convencido de que um empreendimento do tamanho de uma concessão dessas, com uma grande empresa em parceria com a Municipalidade, trabalhe "no vermelho". Ano passado enfrentamos esse discurso diante da ameaça da pura e simples extinção da circulação de ônibus pela Avenida Celanese, quando o chefe do executivo chamou para si a responsabilidade, em entrevista à Rádio Difusora, de assegurar o equilíbrio financeiro do sistema, cortando uma "linha deficitária" que, após muita negociação, não foi cortada. Falando nisso, nos dois novos itinerários -R335 e R336- a Avenida Celanese não aparece, o que pode ser o prenúncio de novas dores de cabeça para quem vive ou trabalha no local, tal como aconteceu em junho de 2009.
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Penso que passado o susto inicial e aparadas as muitas arestas, o sistema vai funcionar e as pessoas acabarão superando as dificuldades e se adaptando ao novo mundo do transporte público municipal, que na prática não é exatamente novo, já que funciona similarmente em outras cidades do Brasil. Ontem o Ministério Público entrou no circuito, com o promotor Sidnei Boccia indo às estações verificar in loco a procedência das reclamações. É dele a frase "a Circullare, talvez até com excesso de zêlo, toma tanto corpo para cuidar da situação que dá a impressão que ela é dona do transporte coletivo quando, na realidade, a dona é a Municipalidade. Ocorre que a Municipalidade, em todo o processo, assume uma posição secundária, e a concessionária acaba abraçando a situação", em recente entrevista ao Hora da Verdade.
Prato cheio também para o ex-prefeito Paulo Tadeu, que não está poupando nada nem ninguém em seu bastante acessado blog. Entre outras, é dele a publicação, semana passada, de informação pinçada da Lei Orgânica de Poços, que em seu artigo 17 define: "É vedado ao Poder Público descaracterizar praças, parques, reservas ecológicas e espaços tombados no Município, ou neles abrir vias públicas e edificar, ressalvadas, mediante autorização legislativa, as construções estritamente necessárias à preservação e ao aperfeiçoamento das mencionadas áreas". Tarefa duríssima para a Municipalidade demonstrar que aquela estação da Vila Cruz era necessária à preservação ou aperfeiçoamento da Praça.
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Estamos diante do desafinado Samba das Quatro Estações: Leste, Oeste, Sul e a primavera de todas, a Central. Do site da Circullare vem a seguinte frase: "O Sistema Integrado é um projeto de reestruturação e modernização do Transporte Coletivo Urbano de Passageiros, idealizado e desenvolvido pela Prefeitura Municipal em parceria com a Auto Omnibus Circullare Poços de Caldas". Seria bom se o Maestro assumisse a batuta agora, na hora do show.
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Ouça o mais belo trecho de "As Quatro Estações" de Vivaldi em:
http://www.youtube.com/watch?v=3xfAL9T_g5U
http://www.youtube.com/watch?v=3xfAL9T_g5U
Discordo da citacao as quatro estacoes , seria mais parecido com o Samba do Criolo doido.
ResponderExcluirCaruso, perfeita sua análise. Tudo isso está acontecendo porque a municipalidade não acompanhou a implantação e não se fez presente enquanto poder concedente..se tivesse acompanhado e entendido o novo sistema não acredito que permitira que do nada sem uma justificativa plausível, se criasse a necessidade do cidadão que depende do ônibus coletivo, passar a ter que usar dois, ao invez de um que lhe bem servia, e ainda ter que pagar mais um pouco por usar uma coisa que ele não escolheu.Pior é a imposição da compra do cartão...sinceramente não conheço outras cidades cujo sistema de transporte coletivo lhe obriga a pagar antes de usar, através de um cartão que lhe é imposta a aquisição. A lógica se inverteu...quem tem que ser beneficiado por novos sistemas, linhas, preços, tempo gasto no deslocamento é o cidadão e não a empresa, o que neste ponto me permita discordar da sua defesa quase velada, porque me parece que é mais ou menos que nem aquele velho ditado, em terra de cegos quem tem um olho é rei!Ou seja, a empresa aproveitou a camaradagem instalada junto ao executivo e tá se fartando...mas o pior é ouvir do dono dela: "...até o fim da semana todo mundo vai se acostumar"...palavras na EPTV...acostumar com o que é ruim e prejudicial?Será?!
ResponderExcluirCaruso, texto perfeito e retrata tudo o que está acontecendo.
ResponderExcluirNa minha opinião, o grande erro da Circullare foi o de não se preparar para esses tipos de problemas. Porque a empresa que sempre investe em veículos, prevendo um aumento no número de passageiros, não comprou carros maiores? Porque não adotou o sistema integrado onde dentro das estação o passageiro, sem ônus nenhum poderia fazer a integração?
Agora em relação a população, porque não fizeram o tão pedido cartão? Seria um modo de enfrentar o tal “Monopólio”? Lembrando que a empresa incansavelmente trabalho em cima disso.
Muitos acham que se entrar mais uma empresa em Poços de Caldas seria melhor ou como muitos falam por ai daria prejuízo para Circullare! Infelizmente há pessoas que pensam assim, pequeno, pois mais uma empresa dentro de Poços só seria mais uma, pois o transporte coletivo seria o mesmo.
Acho que a m¨¨¨da está feita e é só esperar a empresa e o poder público tomar medidas que não prejudique ainda mais os poços-caldenses.
Mudanças sempre provocam desconforto, apreensão, desconfiança, medo, insegurança. O transporte coletivo em Poços de Caldas está passando por um momento de grandes mudanças. Natural que, estas alterações significativas (bilhetagem eletrônica, novas Estações de Integração, modificações nas linhas etc) provoquem, em um primeiro momento, muitas dúvidas e até reclamações por parte de quem utiliza o ônibus para chegar até o seu destino. A pessoa que pagava em dinheiro ou mesmo através do bilhete, que tinha como hábito determinado trajeto e que agora precisa do cartão eletrônico e tem alterado o seu costume habitual, irá sentir, nesta etapa de transição, desconforto e até certa revolta.
ResponderExcluirA história mostra isto. Toda a revolução tecnológica que o mundo viveu (e ainda vive) não foi realizada sem causar impactos ao ser humano. Quantos ainda, como heróis da resistência, se agarram a máquina de escrever e nem querem saber da existência do computador? Todos nós, indistintamente, criamos nossas formas de agir, o nosso cotidiano, e nos acomodamos com aquilo que nos remete ao controle da situação, e evitamos, muitas vezes, os riscos ocasionados pelas mudanças. Alterar certos costumes que sempre cultivamos, tendem a nos provocar reações negativas. Experimente mudar o seu costume de passar por uma rua diferente no trajeto até a sua casa. Certamente uma simples ação como esta irá resultar em algum desconforto. O que dirá, então, mudar o hábito de milhares de pessoas que utilizavam determinado ônibus, determinado trajeto em suas viagens de ônibus pela cidade?
Cautela e caldo de galinha, ensina o ditado, não fazem mal a ninguém. É necessário, primeiramente compreender que as pessoas têm o direito, dentro de um ambiente de paz e harmonia, de reclamar, de questionar e de exigir informações. Se faz necessário ainda, que o principal atingido por estas mudanças (o usuário) busque também as informações sobre o novo sistema, já que a empresa concessionária tem disponibilizado instrumentos para que isto aconteça. E, que estes mesmos usuários, possibilitem à empresa, o tempo necessário para realizar os ajustes necessários.
O momento exige bom senso integrado à compreensão. Neste momento de transição, culpar ou condenar a quem quer que seja, nos parece prematuro e fruto ainda, de uma revolta (de certa forma, natural) de quem está tendo que mudar o seu cotidiano e se adaptar ao novo. Não se deve esquecer, porém, que alguns também pegam carona (sem o Cartão Amigo) para tirar proveito pessoal desta situação.
O tempo (sempre ele) aliado à compreensão e a vontade de realizar o melhor, possibilitará o discernimento e a análise sensata das modificações promovidas pelo Sistema Integrado. Integração quer dizer, principalmente, vencer os conflitos naturais das mudanças. Que as pessoas possam embarcar nesta linha de pensamento para que o destino seja único: a melhoria do transporte coletivo do município.
Entendo que o novo sistema traga desconforto e confusão neste primeiro momento - era esperado, porém penso que simplesmente fazer gritaria na frente das câmeras de tv não resolve. Considero importante mostrar também nos meios de comunicação os clientes que se beneficiaram do sistema. Aqui em casa, por exemplo, tenho duas funcionárias que o utilizam . Em ambos os casos o valor da tarifa diminuiu; para uma delas inclusive ficou mais fácil, enquanto que para a outra aumentou um ônibus e ela tem sofrido com os horários: ou vê o terceiro ônibus partindo segundos antes dela conseguir descer do segundo ou sai mais cedo de casa e fica 20 minutos sentada na estação Vila Cruz. Este tipo de problema, pode ser resolvido com os ajustes de horário - que só colocando o sistema em prática seria possível fazer. Como os usuários devem resolver? A meu ver, encaminhando a reclamação à empresa, sem a necessidade de shows para câmeras...
ResponderExcluirMuito bonito o que o anônimo disse, mas com certeza, não deve utilizar do transporte coletivo que está um caos. A cidade cresceu, o transito está ruim, mas elogiar a circullare é demagogico demais. Parem o mundo que eu quero descer!!!! Ops!!
ResponderExcluirPenso que para se implantar um novo sistema é necessário que se tenha certeza que este será igual ou melhor que o anterior. Não é isso que está acontecendo. Nem estou fazendo apologia por quebra de concessão/contrato e também ainda tenho muitas dúvidas se uma outra empresa concorrendo com a circullare seria melhor para a população. Mas o que é mais importante, além do direito ao protesto das pessoas, inclusive o meu, é que o novo sistema traz algumas questões sem lógica alguma, se comparado com o sistema anterior:
ResponderExcluir1 - Qual a razão apresentada pela empresa para justificar a necessidade de se colocar dois ônibus fazendo o mesmo trajeto que antes era feito por um e pelo custo de dois reais (agora a população tem que pagar 3 reais);
2 - Porque todo e qualquer cidadão que quiser usufruir do sistema mais barato tem que comprar cartão? Esta obrigação fere a constituição, pois preve pagamentop antecipado para um serviço público vez que o transporte coletivo é concessão;
3 - Porque um cidadão que prefere fazer o primeiro trajeto à pé até o terminal da sua região (leste/oeste e zul) e com isso economizar o primeiro 1 real de gasto, ao embarcar no coletivo que o traz para o terminal central tem que pagar 3 reais? Ou seja, a empresa não dá o "desconto", pois te obriga a usar o sistema.
4 - Qual a justificativa para que a população gaste no mínimo o dobro de tempo para se deslocar de casa para o trabalho? Imagine o tempo que leva uma pessoa para de deslocar da zona sul para a zona oeste. Mora no São Sebastião e Trabalha próximo ao Veu das Noivas, por exemplo. Vai gastar com oito passagens, antes gastava quatro por dia, 8 reais, agora 12 reais, sem qualquer necessidade para ele??
5 - É ilegal a existência de valores diferenciados de tarifas para um mesmo trajeto pois fera a constituição criando categorias "diferentes" de usuários ao passo que primordialmente todos somos iguais perante a lei.
Enfim, é por essa é outras razões, que até momento não foram abertamente discutidas e explicadas pelos responsáveis, que se fixa a minha indgnação e a de tantos outros que realmente dependem do uso do sistema. Penso que a Circullare, prestes a completar quase 60 anos de prestação exclusiva de serviço público em Poços, que sempre o fez de forma razoável, transformou o sistema em algo que prejudica a população e não é só uma questão de ajuste de horários, mas sim o direito a ter um sistema mais apropriado, confortável, com custos menores e não impositivo e autoritário, pois a lógica é da empresa para o cidadão e não do cidadão para empresa.
Pelo que estou percebendo, vai aumentar em muito a venda de motos e bicicletas, e a consequência dessa modificação vai acabar sendo a redução do uso do transporte público, com a piora geral do nosso já congestionado trânsito.
ResponderExcluirQuero dizer que, mesmo sem querer, o transporte coletivo contribuiu para o emagrecimento do povo. Moro na zona sul e venho todos os dias para o centro da cidade, por volta das 7:30. O que tenho visto é muuiiitttaaaa gente fazendo a longa caminhada, da Saturnino até o centro. A mídia tem dito que a população está ficando cada vez mais obesa, mas aqui em Poços, a partir de agora, as coisas vão ser diferentes. Como diz o velho bordão: Saúde é o que interessa, o resto não tem pressa. Será?
ResponderExcluirOnde fica a Estação Vila Cruz? Estou tentando achar no Google Maps, mas não consegui até agora!
ResponderExcluirObrigado
Pois bem, deixando o "politicismo" de lado, vou aos meu adendos:
ResponderExcluirPrimeiramente é cultural da cidade de Poços de Caldas estar sempre maquiando fatos importantes na cidade desde que aqui não é mais o que era em tempos de real urismo e não uma farsa com a desculpa de tursimo da terceira idade (alias que diabos seria isso?).
Aqui tem-se o pensamento retrogrado como na epoca dos senhores de engenho, onde algumas familias são donas da cidade e comerciantes se acham espertos ao aproveitar-se da necessidade de trabalho da população que ganha um salario minimo por mes em sua maioria (diferente dos quase 1500,00 citados em pesquisa de ambito nacional com o titulo de maior desenvolvimento humano).
A tecnologia aqui não chegou, e tem interferencia da Municipalidade evidentemente, que empresa ruins estejam vendendo serviçoes exclusivos aqui e empresas de maior proporção estejam vedadas a concorrencia.
Assim ocorre com o transporte, que não é e nunca foi publico, é passivel de estudos medicos quem acha que isso é real.
Acontece que, baseados na ignorancia politica e constituinte(da maioria da população de todas as classes) o poder publico e a empresa Circullare trataram um esquema de Monopolio e a concessão de "facilidades" para ambos os responsaveis.
Não existe uma concessionaria que foi elegida sem concorrencia aberta, que dita regras, aumenta tarifas, muda sentido de ruas, impede curzamentos, faz um sistema falho e muito menos que constroi indiscriminadamente edificações com dinheiro publico, pois assim seria automaticamente punida e ate exclusa do pleiteamento de transportes na cidade.
Ou seja, corrupção a vista de todos porem ninguem faz nada.
Mas não seria eu, que venho de outro estado e de uma cidade desenvolvida que vou querer mudar a cabeça dos Poçoscaldenses, que na qual se acham espertos mas na verdade ou são ou se fazem de mais ignorantes dos que vem de pequenas cidades vizinhas.