Há algumas décadas, era ensinada nas escolas a "prova dos nove", que servia para confirmar se cálculos com números inteiros não estavam errados. Naquele tempo, lápis com tabuada era proibido e calculadoras de bolso eram tão improváveis quanto relógios com tv.
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Outro dia alguém chamou a atenção para uma curiosidade: os números dos ônibus da empresa concessionária em Poços de Caldas, somados, sempre resultam em nove. Não sei a razão da utilização dos "nove fora" nos veículos, e também nem vem ao caso.
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O que importa é a Reunião Ordinária de ontem na Câmara, que de ordinária não teve nada. Uma explicação importante: "ordinária" aqui é no sentido de "habitual, comum", e não na outra acepção da palavra, "sem caráter, reles, ruim", como estabelece Aurélio. Galerias lotadas, gritos e manifestações, tudo dentro dos limites que a democracia, que em tese não admite limites, deram um tempero especial à sessão.
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Vereadores entraram muito tarde no assunto. Pelo menos uns dez anos atrasados. Impossível digerir a nota oficial publicada pelo Legislativo, semana passada, empurrando o caso todo para gestões e/ou legislaturas passadas. Essa coisa de "herança maldita" é abominável. Pessoas querem assumir postos, funções e cargos, mas de olho só no que há de melhor. É uma evolução da injustamente denominada "Lei de Gérson", revista e atualizada para "eu ganho, nós empatamos, vocês perdem". Quem assume uma prefeitura, por exemplo, não é guindado ao cargo obrigado, à força; lutou e investiu muito para tanto, e assim deve assumir não só o que há de melhor mas -principalmente- o que há de ruim. Não existe "herança boa" e "herança má".
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Representantes do Povo fazendo perguntas sobre itinerários entre o bairro "X" e o bairro "Y" mostraram que não somente desconhecem o todo do projeto, conforme assumiram na tal nota, como ignoraram os detalhes disponibilizados pela empresa em folhetos e telefones zero-800. Ontem, tentaram jogar para a torcida presente no plenário. Não convenceram.
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Diante do maior imbróglio em pouco mais de um ano das atuais gestão municipal e legislatura, três "heróis da resistência", louve-se, cumprem a árdua tarefa sozinhos -o dono da empresa, o chefe do executivo e o secretário de Defesa Social, nessa ordem- advogando a causa do projeto de alteração no sistema de tansporte público. Todo o restante da elite política local está quieta, exceção feita à oposição, que agora nada de braçadas largas. Deixados aos leões em ano de eleição, o trio não encontra o bom e velho ombro amigo de aliados e padrinhos nessa hora de sufoco.
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Destaque para a fala do secretário na sessão, publicada hoje no Jornal de Poços: "Foi uma mudança muito grande. Falo até que é uma mudança de 360 graus no transporte de Poços de Caldas". Considerando que 360 graus, na boa matemática, é "uma volta completa", parece que o sistema vai retornar ao modelo antigo. Não. É um erro de expressão do secretário, claro. O incrível nessa fala é o 360: 3+6+0 é igual a nove. Nove?
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Caruso, a soma dos números e as próprias palavras do nome "Omnibus" "Circullare" -pura numerologia. E isso é TOC. É muito apelo para tentar compensar a incompetência. Mais um atestado que nos mostra na mão de quem está o transporte público da cidade.
ResponderExcluirEmbora respeite, discordo do que o Antonio Carlos disse acima. A Circullare presta um excelente serviço a população, basta comparar com outros municípios próximos à nossa cidade. Visite Alfenas, Pouso Alegre, Varginha (só para citar alguns) e ande de ônibus por lá.
ResponderExcluirDaqui há algum tempo,quando o Sistema Integrado receber os ajustes necessários e a população entender o seu funcionamento, os que ficaram Transtornados, reclamaram de forma Obsessiva e de maneira Compulsiva até xingaram o empresário Flávio Cançado, terao que rever os seus conceitos atuais.
Há quem I9 e corra riscos até ser "queimado na fogueira" e há quem apenas ponha a lenha na fogueira, por não ter a coragem necessária para inovar. Prefiro os primeiros.
Inovar?
ResponderExcluirEsse sistema é antigo, novo aqui!
Comparar Poços de Caldas as cidades vizinhas é uma visão distorcida, devido o potencial de crescimento que nossa cidade oferece.
Lógico que Varginha salta à nossa frente! O povo da terra do ET avança politicamente e no desenvolvimento.
Aqui não! Continua essa mesmice, esse lero-lero e lenga-lenga.
Um contrato de 25 anos na mão concede poder a qualquer empresa de investir e re-investir seu capital; capitalizar empréstimos, aplicar; gerar novas carteiras; fundos e etc.
O mínimo que a Circullare pode fazer é prestar a população ônibus novos. O serviço está bem a desejar, atualmente.
Outro detalhe, enquanto o mundo discute ônibus verde e novas alternativas de transporte coletivo, o chefe da Circullare se digna a dizer publicamente que é um avanço conceder 50% de passe-livre estudantil. Ora, mostra-me outra empresa com 25 anos certos de recebíveis e multa por quebra de contrato próxima de um orçamento anual da prefeitura, como garantia.
Qualquer banco quer negociar com uma empresa dessa.
Então, caro anônimo, deixa de achar que em Poços de Caldas só existam bobos, analfabetos e idiotas.
Não há conceitos e preconceitos, no caso existe malícia e sofisma de um lado e da parte da população muita indignação.
O poder que esta empresa acha que tem, e acaba tendo mesmo é incrível.
ResponderExcluirEste blog é exceção, quase a totalidade dos veículos de comunicação da cidade estão comprados e este é um raro espaço sem sensura. Parabéns e obrigado Caruso. E tenha certeza que você está sendo muito lido, respostas rápidas da assessoria da empresa, com seus trocadilhos infantis e falsa moral é aprova disso.
Caro Antonio Carlos, democraticamente respeito -e publico- sua opinião, mas permita-me discordar da afirmação de que a "quase totalidade dos veículos estão comprados". Há sim muitos bons jornalistas antenados com os anseios da população, que não merecem qualquer tipo de generalização. O fato de um veículo ater-se à linha noticiosa e não opinativa não significa que venderam a alma.
ResponderExcluirUm grande abraço e muito obrigado!
Caruso
Interessante que se fala muito em aceitar divergencia de opinião e basta alguém não concordar com os supostos "defensores da população" que logo é taxado de "comprado", "direitista" e de "falso moralista". Continuo acreditando no SIGA com a consciência de que uma empresa, qualquer que seja ela, precisa de recursos para investir e o lucro faz parte disso. Ou os "defensores da população" trabalham de graça? Concordo que o sistema precisa de muitos ajustes e espero que eles sejam efetivados, até porque, uma empresa que não atende os anseios dos seus clientes, está assinando o seu atestado de falência. Penso que se isto não ocorrer, as vans e moto táxis se espalharão pela cidade e não acredito que isto seja o que a empresa pensa. No mais, respeito os que pensam diferente, até porque, acredito que é de polos opostos que nasce a luz, mesmo que alguns acreditem que é somente o seu pensamento que ilumina a humanidade.
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