Deu no Jornal de Poços de ontem (16/7): "Início da construção da Unicoba atrasa". Diz a reportagem que dois diretores da coreana Unicoba passaram por aqui semana passada para "informar oficialmente o atraso no início da construção das suas instralações no Distrito Industrial". O anúncio não foi feito ao chefe do executivo, muito diferente da pompa, circunstância, flashes e câmeras que marcaram o evento da assinatura do protocolo de intenções no gabinete da Francisco Salles, evidentemente lotado com os expoentes da política local, em janeiro. Coube agora ao secretário Marcus Sansão a dura tarefa de receber e assimilar o golpe no fígado, justo ele que pareceu meio preterido naquela cerimônia de "lançamento".
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Diz a reportagem que o atraso se deve "ao faturamento da empresa, abaixo do previsto", condição que não havia sido apresentada até agora. Um mistério, pois um investimento dessa magnitude (R$ 58 milhões para gerar 300 empregos diretos) em geral não sai do caixa da empresa, mas de uma cesta de valores originários de bancos, parceiros, investidores ou mesmo BNDES. Mera especulação minha, claro. Além disso, contraria a máxima do "crescer na crise". Como a crise já passou, o momento parece adequado ao investimento.
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Essa história não caminha muito claramente. Há seis meses publiquei uma postagem (link ao final), na qual manifestei um misto de satisfação e preocupação -a primeira por achar que Poços estava próxima de, enfim, tornar realidade o Distrito Industrial; a outra, por não perceber aquela "convicção firme" que se espera dos homens públicos.
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Ressalte-se que R$ 58 milhões é muito dinheiro em qualquer lugar do mundo, interessando não apenas a uma cidade do interior do Brasil como a muitos grandes países. Mas uma frase oficial proferida na época acendeu a luz amarela no meu pensamento: "A equipe da Unicoba vai se esforçar ao máximo para trazer esse empreendimento para Poços, uma indústria de tecnologia de ponta". Esse tipo de condicionante ("vai se esforçar ao máximo para") aponta a insegurança nas entrelinhas de uma "carta de intenções"; mais adiante, o texto oficial destaca que "a Unicoba é a terceira empresa a se instalar no Distrito Industrial". Não só não se instalou como agora dá uma empurrada com a barriga no projeto.
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Desde o começo do ano venho acompanhando o site da empresa (http://www.unicoba.com.br/) que, além de mal arranjado, nunca trouxe qualquer referência a um projeto milionário como o "nosso".
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Desde o começo do ano venho acompanhando o site da empresa (http://www.unicoba.com.br/) que, além de mal arranjado, nunca trouxe qualquer referência a um projeto milionário como o "nosso".
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Antes de encerrar, uma proposta: seria interessante se a Prefeitura desse mais atenção às empresas que já estão na cidade, gerando dezenas de empregos e que, em muitos anos, sequer mereceram qualquer consideração oficial além do envio do carnê de IPTU.
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Apesar do panorama preocupante, sou um otimista convicto. E já que o pretexto da visita dos executivos foi comunicar o adiamento da implantação da Unicoba, fecho com uma perguntinha bem intencionada e importante sobre as obras: começam quando?
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Links importantes:
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Caruso, este negócio de blog funciona. Postamos os "Urubus voltaram" em 15 de julho; em 16 o Jornal de Poços noticiou a vinda de assessores da UNICOBA para explicar o "atraso". tomara que venham...
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