Confesso que cheguei a ficar entusiasmado quando soube que a Secretaria de Turismo e Cultura seria a nova ocupante do antigo prédio da Estação da Mogyana em Poços de Caldas, conhecida por aqui como "Fepasa".
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Mas, tão logo começaram as obras de recuperação do local, veio a decepção. Nem mesmo a eterna mancha oriunda da calha à esquerda da fachada mereceu uma camada de tinta -a única mudança ali foi a instalação precária de uma antena de tv, pendurada provavelmente para a Copa. Ficou nítido que deram um "tapinha" no prédio só para que fosse possível ocupar o local em condições mínimas.
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Fechados por cercas e um novíssimo muro junto ao posto de gasolina vizinho, os trilhos parecem sepultados de vez, condenando ao esquecimento definitivo o apito das locomotivas a vapor, que um dia trouxeram -além do Imperador Dom Pedro II- riqueza e progresso, abrindo definitivamente as portas de Poços para o Brasil.
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A foto acima está aí por um motivo simples, porém triste: mostrar como um órgão executivo da Prefeitura, de uma área extremamente sensível como a Cultura, trata do patrimônio, usando a antiga plataforma e seu não menos antigo piso hidráulico para estacionar uma sorumbática Kombi (sem olhar aposto numas gotinhas de óleo vazando do motor), além de um outro carro oficial. Só falta dizerem que é para deixar as viaturas "no coberto"...
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Alguém ainda tem esperança de que a ideia dos Pilares da Mogyana, apresentada aqui, tem alguma chance, diante de atitudes como as da foto? Esqueça. Os Pilares, assim como a Estação, as pontes ou o devaneio de um trem turístico não fazem parte da "cultura" oficial. Coisa do passado. Monotrilho é o futuro!
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Infelizmente é verdade, parece muito utópico conservarmos nossa historia, alem do incrível potencial turístico no centro da cidade sucumbido em um estacionamento para esta Kombi.Pelo menos não perderam a copa...
ResponderExcluirUm doce para quem adivinhar o gênio que mandou tirar os trilhos da Mogyana.
ResponderExcluirPaulo, essa honestamente não sei responder. Se não foi a própria Cia. Ferroviária, quem foi? E que destino teve esse material valiosíssimo?
ResponderExcluirDe outro lado, estou analisando a Cartilha do Ministério do Turismo, indicada pelo Luciano, e até o momento é possível perceber que Poços tem muitas condições de receber o projeto do Trem Turístico e, o que é melhor, contando com verbas federais.
Saudações.
Só pra lembrar os nobres amigos de blog,que existiu,depois de muito tempo fechado, o trem turístico no final da década de 80 e fechou por falta de usuários,será que sobreviverá 20 anos depois,será que não seria melhor buscarmos verbas para comprar ambulâncias...E não me lembro de alguém ter feito alguma coisa depois do fechamento pela fepasa ou pela mogyana...
ResponderExcluirFernando, é preciso contextualizar. Como era o turismo no Brasil e em Poços na década de 1980? Quem era o responsável pela gestão do serviço? Como era o equipamento usado no sistema?
ResponderExcluirPelo que entendi até agora, a única coisa que fizeram depois do "fechamento" da Fepasa ou da Mogyana foi dar fim aos trilhos. Ainda aguardo a resposta à pergunta deixada por Paulo Tadeu.
Quanto às ambulâncias, concordo. O problema é: nem um, nem outro...
Não sei onde foi depositado o material, trilhos, etc. A decisão foi do então prefeito Geraldo Thadeu. Cerca de dez quilômetros foram destruídos - a reconstrução custaria uns 30 milhões!
ResponderExcluirEm tempo, Fernando - Trabalhamos muito por este retorno, mas infelizmente naquele período estava em andamento o processo de incorporação de patrimônio da falida FEPASA à Rede Ferroviária. Impossível conseguir então. Hoje, toda área e instalações são patrimônio da União. Com vontade é possível conseguir. Estou à disposição
ResponderExcluirCaruso não precisa publicar este comentário - tome aí mais elementos para engrossar sua pesquisa sobre trens turísticos - www.trembrasil.org.br, site do Victor José.
ResponderExcluirDia 28 de agosto acontece um seminário em Lavras com a secretária de estado de turismo e representantes de grandes grupos empresariais, o tema é o preservacionismo e a revitalização da ferrovia nacional.
Engraçado que aqui ninguém sabe nada, não se interessam por nada e quando alguém propõe dizem que não dá certo. Ô cidadezinha!