Uma curiosidade sobre a gestão pública em geral é o fato de sempre achar-se a melhor, mais completa ou mais eficiente da história. Dessa prática surgem alguns "chavões", frases ou expressões que quebram o galho em muitas situações, na tentativa de demonstrar capacidade especial.
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Exemplo: ontem a prefeitura distribuiu a notícia, e você acompanha hoje na imprensa, sem retoques, que a "Prefeitura inaugura interligação do Jardim Europa e Santa Ângela IV". Obra importante, sem dúvida, e que beneficia inclusive o meu deslocamento, mas que esperou pelo menos uma década para ser finalizada. Então, surge o clichê: a obra era uma "reivindicação antiga" -no caso, bem antiga.
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Pesquisando o termo "reivindicação" no próprio site da Municipalidade, é possível encontrar pelo menos 14 referências: o banheiro da Praça Dom Pedro II era uma reivindicação antiga; obras na zona sul idem; até mesmo a "recuperação" da Avenida Celanese era reivindicação antiga dos proprietários de fábricas (na verdade são poucas empresas, porém entre as maiores da cidade, e na quase totalidade os "proprietários" são grandes corporações multinacionais); a Vara da Justiça Federal, o gasoduto, um centro odontológico, a fonte e a capela da Vila Cruz também figuram no rol das antigas reivindicações.
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O fato é que o exegero no uso do termo demonstra apenas o "pedantismo oficial". Algo como "o Povo pede há anos, mas só nós, os bravos, fomos capazes de cometer esse ato heróico".
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Passou da hora de deixar esse discurso provinciano, esquecer o jogo de palavras e partir para os projetos. E não falo de projetos pessoais, de carreiras políticas, da disputa das próximas, das seguintes e das subsequentes eleições. Estamos atrasados no pensamento sobre o futuro. Como será o sistema viário da cidade em 10 ou 20 anos? Que estrutura de saúde teremos para atender o crescimento da população? O que faremos quando a mineração deixar a cidade? Vamos deixar para pensar nos problemas para quando ele aconterem?
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Planejamento estratégico é o ponto. Deixar a cidade "pronta" para os próximos administradores, sem o imediatismo das ações espetaculares e midiaticas. É hora de colocar em torno da mesa as grandes mentes pensantes da cidade e enxergar a Poços de Caldas de 2030, sob pena de passarmos por um novo "fim dos cassinos". E aguardar anos para que a cidade volta a andar novamente?
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Caruso:
ResponderExcluirAgora você tocou no núcleo da questão. O último prefeito "estruturante" foi Luiz Antônio Batista, há quase 20 anos. Rodovia do Contorno, Duplicação da Wenceslau Braz, Centro Vivo, PUC, Ferrero e etc capacitaram a cidade a um apreciável momento de desenvolvimento. Mas este projeto não teve continuidade. Os outros que o sucederam apenas retocaram o que estava dentro dos parâmetros por ele estabelecido. A inauguração do Centro Administrativo Regional em Varginha mostra que estamos perdendo terreno e tempo. Tanto na iniciativa privada, quanto na estatal. Tá na hora de abrir os olhos, mas creio que eles vão culpar o termômetro e fingir que está tudo bem, tudo sob controle.
Parabéns a atual administração, pela execução da obra, sou morador da R. Justina Vieira Oliveira, bairro Santa Angela, usuario do trecho e ficamos agradecido com a conclusão reenvindicação sim desde de 2000.
ResponderExcluirWilson, essa vai ser a linha que pretendo daqui em diante: planejamento estratégico. Obrigado e um abraço.
ResponderExcluirPaulo INB, assino embaixo. Conforme eu disse, "obra importante, sem dúvida, e que beneficia inclusive o meu deslocamento"; conforme você disse, "reenvindicação sim desde de 2000".
ResponderExcluirObrigado e um abraço.
Wilson e Caruso,
ResponderExcluirPrezados e quanto à duplicação da Av. Alcoa realizada pelo Sebastião Navarro, esqueceram.
O problema e que Poços ficou parada por 04 anos na administração do Paulo Tadeu e isto leva tempo para ser recuperado, esta obra mesmo na Santa Ângela mostra atitudes sendo tomada, mesma atitude na R. Junque iras.