quarta-feira, 11 de agosto de 2010

"PAGUEI A LÍNGUA"

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A partir de hoje serei como aqueles dois sujeitos engraçados do anúncio do Renault Clio. "Andar de patins? Trabalhar em escritório? Casar? Ter um Clio?". Pois é, nada como um dia depois do outro para que as pessoas revejam seus conceitos.
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Vou mudar de opinião na questão do aumento do número de vereadores. Sempre fui contra, mas depois de ler na imprensa sobre o projeto de lei que o atual presidente da Câmara Municipal pretende apresentar, propondo a manutenção do número de vereadores -doze, diante dos 19 possíveis- para a próxima legislatura, sob o argumento de que "o orçamento da Câmara fica mais enxuto e a nossa Casa tem funcionado bem com 12", imedatamente resolvi aderir aos "aumentistas".
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Por partes: analisando esse pouco mais de ano e meio de legislatura, fica claro que a Câmara está "funcionando bem" porque há uma maioria que praticamente sufoca a oposição, hoje restrita aos vereadores Ciça e Flávio que, apesar dos obstáculos, vêm prestando um bom serviço ao município. Depois, esse discurso de Câmara enxuta, economia ou poucos gastos foi para o triturador com a história do Projeto Niemeyer, que só do projeto em si já mordeu mais de R$ 1 milhão do bolso legislativo - dinheiro do Povo. Assunto cheio de idas e vindas, orçamentos diversos nunca mostrados, reuniões informais e outros elementos assustadores, culminando com a "recente descoberta" de que a construção, cujo valor deve passar dos R$ 20 milhões, poderia demandar empréstimo bancário (!), fato depois negado pelo vice-presidente da Câmara que, em entrevista recente, alegou endividamento do município como limitante da ideia.
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O próprio presidente da Câmara já mudou de lado sobre o número de vereadores. Em 2008, o site do vereador publicou uma "entrevista", sob o título "MarcusTogni, homem do povo", questionando:
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"Como você vê a questão do salário dos vereadores em Poços de Caldas?

Marcus Togni Responde: Eu acho que, o que importa mesmo, é a representatividade. Com o número de vereadores sendo reduzido para doze, muitas pessoas e segmentos da sociedade perderão sua representação na Câmara. Para mim, o ideal seria termos 21 ou até mesmo 25 vereadores, para que as discussões tivessem maior amplitude , entretanto, sem receber salário algum por isso. Infelizmente, hoje tem muita gente que deseja ser vereador somente pelo dinheiro. E isto é muito triste". 
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Pois é. Eu também posso mudar de opinião. Resta saber se elegeríamos mais legisladores da "base", o que na prática não mudaria o panorama atual de maioria, ou se a oposição ofereceria mais nomes, de modo a quebrar um pouco essa quase unanimidade. Ainda, poderíamos ter um pouco mais de qualidade em nossos representantes, de maneira que não fosse preciso recorrer, por exemplo, a consultorias ou assessorias externas sempre que surgisse um tema mais "saia justa" como desverticalização do DME ou novo regime do Funcionalismo, mesmo considerando a presença de juristas entre os vereadores e assessorias internas da Câmara.
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É isso. Dinheiro aqui só é problema para justificar algo que não se quer levar adiante, qualquer que sejam as razões. Se for para aumentar a representatividade e estabelecer um equilíbrio dentro do Plenário, ótimo. Sem contar que espaço não vai faltar -Niemeyer pensou nisso quando fez um projeto de mais de 7 mil m2 para a nova sede da Câmara.
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O próximo passo é esperar que o econômico presidente da Câmara adote o discurso de 2008, exercendo seu mandato "sem receber salário algum por isso". Poderia abrir mão também de usar o Honda Civic oficial da Câmara.
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"Paguei a língua": veja a campanha em http://www.pagueialingua.com.br/ .
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2 comentários:

  1. Rubens, bom dia. Não sei como fazer pra dar umasugestão, entao vou deixar como comentário. Às 4as.feiras na r. Correa Neto, no horário de 06 às 14:00 hs é proibido parar e estacionar no lado direito da rua, mas os motoristas não respeitam e nao há fiscalização. Ao ligar no 190,a atendente informou que se quisesse parar, corria-se o risco de ser multado, e que não havia viaturas disponíveis para verificar. Ou seja, o povo não respeita e não há fiscalização. Liguei tbem no Demutran, e eles informaram que só a polícia tem o poder de fiscalizar e multar. É assim mesmo??? Algo pode ser feito? Obrigada.

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  2. Segue uma crônica antiga, cuja autoria desconheço:

    "Eu tenho o sono muito leve, e numa noite dessas notei que havia alguém andando sorrateiramente no quintal de casa. Levantei em silêncio e fiquei acompanhando os leves ruídos que vinham lá de fora, até ver uma silhueta passando pela janela do banheiro. Como minha casa é muito segura, com grades nas janelas e trancas internas nas portas, não fiquei muito preocupado, mas é claro que eu não ia deixar um ladrão ali, espiando tranquilamente.

    Liguei baixinho para a polícia, informei a situação e o meu endereço.

    Perguntaram-me se o ladrão estava armado ou se já estava no interior da casa. Esclareci que não e disseram-me que não havia nenhuma viatura por perto para ajudar, mas que iriam mandar alguém assim que fosse possível.

    Um minuto depois liguei de novo e disse com a voz calma:

    - Olá, eu liguei há pouco porque tinha alguém no meu quintal. Não precisa mais ter pressa. Eu já matei o ladrão com um tiro da escopeta calibre 12, que tenho guardada em casa para estas situações. O tiro fez um estrago danado no cara!

    Passados menos de três minutos, estavam na minha rua cinco carros da polícia, um helicóptero, uma unidade do resgate, uma equipe de TV e turma dos direitos humanos, que não perderiam isso por nada neste mundo.

    Eles prenderam o ladrão em flagrante, que ficava olhando tudo com cara de assombrado. Talvez ele estivesse pensando que aquela era a casa do Comandante da Polícia.

    No meio do tumulto, um tenente se aproximou de mim e disse:

    -Pensei que tivesse dito que tinha matado o ladrão.

    Eu respondi:

    -Pensei que tivesse dito que não havia ninguém disponível.

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