Sábado de manhã (27/9) teve debate. Não podia ser em horário pior: oito da manhã! Só quem é muito interessado no tema acorda cedo para assistir debate de candidatos. Eu acordei. Esperava alguma diversão porque idéias mesmo já foram mostradas ao longo da campanha. E tive diversão. Só que desta vez, diferente do debate anterior na rádio, fiquei com a impressão que não houve um café de confraternização na saída. Eu não tomaria café com um sujeito que me chamasse de mentiroso -na minha frente- e ainda por cima na tv. Mas, cada cabeça uma sentença. Como são todos da mesma origem partidária, pode ser até que eu esteja enganado e no fim sejam todos grandes amigos. Quem sabe?
Antes de mais nada, um “momento estilista”. Pedi a uma especialista no assunto para dizer se no quesito elegância algum dos candidatos merecia voto. Segundo ela, “um debate na tv é um momento sério, no qual o candidato deve mostrar pelo menos ser capaz de se vestir com a formalidade necessária. O sujeito vai se exibir na Globo? As assessorias devem atentar para o visual do candidato. Courominas foi de paletó sem gravata, talvez para dar aquela idéia do 'político que arregaça as mangas'. Ficou mal ajambrado. Tadeu foi com paletó 'preto-basiquinho' e a indefectível gravata vermelha, que sempre integra o vestuário 'PT-chique'. Triste. Matavelli errou o tamanho do colarinho (uns dois números menor?), o que dava aquele ar sufocado. Por fim, Inácio surpreendeu com um terno básico, apesar de parecer maior que o tamanho usado pelo candidato. Resumindo, nenhum se saiu bem na indumentária”, disse ela.
Falando sério. Minha expectativa era que Courominas, com a ampla vantagem apontada nas pesquisas, sequer fosse ao debate. De Paulo Tadeu esperava uma atitude agressiva, de combate e não de debate. De Matavelli e Inácio esperava que fizessem figuração, apresentando algumas boas propostas como “vitrine” para futuras pretensões políticas. Errei a primeira, já que Courominas foi ao debate. Fez bem, pois seria acusado -no mínimo- de covarde. A segunda acertei. Tadeu foi disposto a bater forte, apontar defeitos e não apresentar propostas. Fixou-se nas “teclas” do carnaval do Rio ou do uniforme escolar, sendo retrucado por Courminas com a também repetida questão da Santa Casa. Matavelli e Inácio cumpriram seus papéis, todavia “nem contra nem a favor, muito pelo contrário”. Elogiaram daqui, criticaram dali, mas não foram incisivos a favor de um ou outro dos líderes nas pesquisas, talvez acreditando ainda numa virada nas urnas. O que nunca é impossível.
Confira a seguir algumas frases interessantes do debate, que penso demonstrem um pouco do perfil de cada candidato:
“Por que é que vocês acabaram com o uniforme das crianças de Poços de Caldas?" - Tadeu a Courominas.
“Governar é escolher prioridades. Os uniformes escolares custam R$ 600 mil por mês, muito menos que a metade do que deram para a escola de samba do Rio de Janeiro.” - Tadeu, que depois corrigiu a informação para R$ 600 mil por ano.
“O Sr. só forneceu uniforme e material no último ano de seu mandato." - Inácio a Paulo Tadeu.
“Eu tive minhas dificuldades com relação a algumas pessoas do PT.” - Matavelli, sobre sua saída do PT.
“Quero implantar escolas de pedreiro, de armador, de eletricista.” - Waldir Inácio.
“Não tive ninguém no meu governo com menos de cinco anos de Poços de Caldas.” - Paulo Tadeu.
“Todos meus secretários que saíram de Poços foram servir ao governo Lula, tamanha a competência.” - Ainda Tadeu.
“Você participou do ‘enterro do Navarro’.” - Matavelli a Tadeu, sobre a mudança de “posição” de Courominas.
“O enterro foi do monotrilho, você estava lá.” - Courominas respondendo a Matavelli.
“Você carregou o caixão!" - Matavelli a Courominas.
“Nós temos um exemplo. Nosso presidente nos deu uma lição." - Inácio, explicando porque alguém “humilde como ele” pode ser um bom prefeito.
“Em 2003 o presidente Lula tinha acabado de se eleger e pregava o combate à fome, e não tive qualquer apoio do PT. Não tive apoio da prefeitura.” - Ainda Inácio, explicando sua saída do PT, quando criou um projeto de doação de garrafas PET para ajudar famílias carentes.
“Passe livre é viável. Vamos tratar com firmeza a empresa de ônibus. O passe livre custa menos que o carnaval do Rio.” - Tadeu, sobre a viabilidade de fornecer ônibus gratuito a todos os estudantes de Poços.
“Quem assinou o contrato de 25 anos com a empresa de ônibus foi a prefeitura anterior.” - Courominas sobre Tadeu.
“Os militantes do PC do B foram recebidos a balas de borracha na prefeitura.” - Matavelli.
“Eu não minto! Eu não escondo problemas!” - Tadeu, sobre a dengue.
“Meu adversário fica nervoso.” - Courominas sobre Tadeu.
“A questão da Santa Casa é outra mentira!" - Tadeu.
“Vamos colocar Poços no ‘PAC do Turismo’ ” - Tadeu.
“Parabéns. Você não fugiu ao debate.” - Tadeu a Inácio, provocando Courominas por não ter dirigido nenhuma pergunta ao candidato do PT.
“Nossa diferença é a firmeza. A verdade, o nosso compromisso. Pense bem antes de entregar a cidade a uma pessoa sem experiência e sem firmeza.” - Tadeu, em suas considerações finais.
“Quero agradecer ao governador Aécio e ao governo federal, grandes parceiros da cidade. Eleição não se ganha chamando para o debate. A gente muda para continuar sendo o mesmo." - Courominas, também em suas considerações finais.
Não podia encerrar este post sem dar minha opinião sobre o debate. Claro que nestes casos quanto mais baixaria mais divertido. Lembro de um antigo anúncio da Sharp, em que dois mosqueteiros disputavam uma luta de espadas aos gritos: “Canalha! Traidor! Canalha! Traidor!”. Mas as “ofensas” ficaram nos eufemismos como “é uma inverdade” ou “falta de firmeza”. Com os candidatos agindo assim, sempre me sinto enganado. Será que o "acusador" sabe de mais coisas e não quer falar?
Em termos de estratégia acho que Courominas saiu-se melhor. Não dirigiu perguntas a Tadeu, reduzindo a chance de exposição desnecessária aos ataques de Tadeu; este bateu duro mas não chegou a ameaçar a estabilidade de Courominas, confiante em seu posicionamento nas pesquisas. Mas vamos esperar o próximo domingo.
Resumo: outro debate "morninho". Tempo bom era quando acordávamos cedo para ver o "debate" daqueles quatro da foto lá no alto.
Antes de mais nada, um “momento estilista”. Pedi a uma especialista no assunto para dizer se no quesito elegância algum dos candidatos merecia voto. Segundo ela, “um debate na tv é um momento sério, no qual o candidato deve mostrar pelo menos ser capaz de se vestir com a formalidade necessária. O sujeito vai se exibir na Globo? As assessorias devem atentar para o visual do candidato. Courominas foi de paletó sem gravata, talvez para dar aquela idéia do 'político que arregaça as mangas'. Ficou mal ajambrado. Tadeu foi com paletó 'preto-basiquinho' e a indefectível gravata vermelha, que sempre integra o vestuário 'PT-chique'. Triste. Matavelli errou o tamanho do colarinho (uns dois números menor?), o que dava aquele ar sufocado. Por fim, Inácio surpreendeu com um terno básico, apesar de parecer maior que o tamanho usado pelo candidato. Resumindo, nenhum se saiu bem na indumentária”, disse ela.
Falando sério. Minha expectativa era que Courominas, com a ampla vantagem apontada nas pesquisas, sequer fosse ao debate. De Paulo Tadeu esperava uma atitude agressiva, de combate e não de debate. De Matavelli e Inácio esperava que fizessem figuração, apresentando algumas boas propostas como “vitrine” para futuras pretensões políticas. Errei a primeira, já que Courominas foi ao debate. Fez bem, pois seria acusado -no mínimo- de covarde. A segunda acertei. Tadeu foi disposto a bater forte, apontar defeitos e não apresentar propostas. Fixou-se nas “teclas” do carnaval do Rio ou do uniforme escolar, sendo retrucado por Courminas com a também repetida questão da Santa Casa. Matavelli e Inácio cumpriram seus papéis, todavia “nem contra nem a favor, muito pelo contrário”. Elogiaram daqui, criticaram dali, mas não foram incisivos a favor de um ou outro dos líderes nas pesquisas, talvez acreditando ainda numa virada nas urnas. O que nunca é impossível.
Confira a seguir algumas frases interessantes do debate, que penso demonstrem um pouco do perfil de cada candidato:
“Por que é que vocês acabaram com o uniforme das crianças de Poços de Caldas?" - Tadeu a Courominas.
“Governar é escolher prioridades. Os uniformes escolares custam R$ 600 mil por mês, muito menos que a metade do que deram para a escola de samba do Rio de Janeiro.” - Tadeu, que depois corrigiu a informação para R$ 600 mil por ano.
“O Sr. só forneceu uniforme e material no último ano de seu mandato." - Inácio a Paulo Tadeu.
“Eu tive minhas dificuldades com relação a algumas pessoas do PT.” - Matavelli, sobre sua saída do PT.
“Quero implantar escolas de pedreiro, de armador, de eletricista.” - Waldir Inácio.
“Não tive ninguém no meu governo com menos de cinco anos de Poços de Caldas.” - Paulo Tadeu.
“Todos meus secretários que saíram de Poços foram servir ao governo Lula, tamanha a competência.” - Ainda Tadeu.
“Você participou do ‘enterro do Navarro’.” - Matavelli a Tadeu, sobre a mudança de “posição” de Courominas.
“O enterro foi do monotrilho, você estava lá.” - Courominas respondendo a Matavelli.
“Você carregou o caixão!" - Matavelli a Courominas.
“Nós temos um exemplo. Nosso presidente nos deu uma lição." - Inácio, explicando porque alguém “humilde como ele” pode ser um bom prefeito.
“Em 2003 o presidente Lula tinha acabado de se eleger e pregava o combate à fome, e não tive qualquer apoio do PT. Não tive apoio da prefeitura.” - Ainda Inácio, explicando sua saída do PT, quando criou um projeto de doação de garrafas PET para ajudar famílias carentes.
“Passe livre é viável. Vamos tratar com firmeza a empresa de ônibus. O passe livre custa menos que o carnaval do Rio.” - Tadeu, sobre a viabilidade de fornecer ônibus gratuito a todos os estudantes de Poços.
“Quem assinou o contrato de 25 anos com a empresa de ônibus foi a prefeitura anterior.” - Courominas sobre Tadeu.
“Os militantes do PC do B foram recebidos a balas de borracha na prefeitura.” - Matavelli.
“Eu não minto! Eu não escondo problemas!” - Tadeu, sobre a dengue.
“Meu adversário fica nervoso.” - Courominas sobre Tadeu.
“A questão da Santa Casa é outra mentira!" - Tadeu.
“Vamos colocar Poços no ‘PAC do Turismo’ ” - Tadeu.
“Parabéns. Você não fugiu ao debate.” - Tadeu a Inácio, provocando Courominas por não ter dirigido nenhuma pergunta ao candidato do PT.
“Nossa diferença é a firmeza. A verdade, o nosso compromisso. Pense bem antes de entregar a cidade a uma pessoa sem experiência e sem firmeza.” - Tadeu, em suas considerações finais.
“Quero agradecer ao governador Aécio e ao governo federal, grandes parceiros da cidade. Eleição não se ganha chamando para o debate. A gente muda para continuar sendo o mesmo." - Courominas, também em suas considerações finais.
Não podia encerrar este post sem dar minha opinião sobre o debate. Claro que nestes casos quanto mais baixaria mais divertido. Lembro de um antigo anúncio da Sharp, em que dois mosqueteiros disputavam uma luta de espadas aos gritos: “Canalha! Traidor! Canalha! Traidor!”. Mas as “ofensas” ficaram nos eufemismos como “é uma inverdade” ou “falta de firmeza”. Com os candidatos agindo assim, sempre me sinto enganado. Será que o "acusador" sabe de mais coisas e não quer falar?
Em termos de estratégia acho que Courominas saiu-se melhor. Não dirigiu perguntas a Tadeu, reduzindo a chance de exposição desnecessária aos ataques de Tadeu; este bateu duro mas não chegou a ameaçar a estabilidade de Courominas, confiante em seu posicionamento nas pesquisas. Mas vamos esperar o próximo domingo.
Resumo: outro debate "morninho". Tempo bom era quando acordávamos cedo para ver o "debate" daqueles quatro da foto lá no alto.
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