CAMINHO PARA BRASILIA

Por Ricardo Caruso

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O primeiro carro que circulou em Minas Gerais pertenceu a João Pinheiro. Fazia o trajeto entre Caeté e Sabará, região do antigo Curral d’El Rei, onde se desenhavam as ruas de uma nova cidade, que depois se chamou Belo Horizonte. O trecho Caeté-Sabará, foi, também, a primeira estrada rodoviária de Minas Gerais, construída pelo próprio João Pinheiro exclusivamente para passar o seu automóvel. A data desse acontecimento não é segura: enquanto alguns garantem que foi em 1902, outros afirmam que foi três anos depois, em 1905. Uma coisa é certa: a estrada não foi construída por puro capricho e nem o automóvel foi comprado para satisfação pessoal. João Pinheiro adquiriu o carro e fez a estrada para transportar as produções da Cerâmica Nacional, que ficava em Caeté, para a cidade de Sabará. A distância entre Caeté e Sabará era de 20 quilômetros e o automóvel de João Pinheiro cobria o percurso em quatro horas, fazendo uma média de 5km por hora!
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Curiosa e infelizmente, essa média horária ainda é aplicada em Minas Gerais. Explica-se: a estrada que sai da rodovia Fernão Dias para Poços de Caldas, de importância indiscutível, está em condições tão precárias quanto vergonhosas. Lá, a velocidade média chega a ser inferior aos 5 km/h. São centenas de buracos em sucessão, pelo que antes foi uma estrada, limitando o acesso a Poços e dificultando qualquer movimentação -de carga ou pessoas- pela região.

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O Código de Trânsito que vigora no Brasil garante que os responsáveis pelas vias devem arcar com os prejuízos causados nos veiculos. Complicado, pois o sr. Aécio Neves quer ser presidente do Brasil, mas se não consegue sequer administrar as estradas do seu Estado. Ainda que sejam federais, não resolve o problema, apesar do relacionamento camarada que tem com o presidente Lula.
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Então, se o carro do sr. João Pinheiro não foi preservado, um passeio pela estrada serve para sabermos como eram as estradas mineiras no começo do século passado, há 107 anos. E estamos em 2009...

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