segunda-feira, 17 de agosto de 2009

RAMPA DE LANÇAMENTO

Para comemorar os 40 anos da chegada do homem à Lua, nossas autoridades apresentam uma sensacional novidade: uma "rampa de lançamento" em plena Rua Assis Figueiredo, a mais importante via de Poços de Caldas. Um amigo do Viva Poços! enviou ontem mesmo um email perguntando se a obra era das "Organizações Tabajara".
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Tem ele razão. Poços padece de sérios problemas de trânsito na área central, diariamente, incluindo finais de semana, quando não há expediente nas repartições públicas. Travestido de "obra social inclusiva", esse obstáculo ora implantado junto ao final da Rua Junqueiras certamente vai na contramão -sem trocadilho- das necessidades de melhoria na fluidez do tráfego. É mais um monstrengo sem sentido a obrigar a redução da velocidade num cruzamento onde já há semáforos, incluindo tempo dilatado para travessia de pedestres. Ou seja, quando o semáforo estiver verde, todos os motoristas, desde hoje, terão que praticamente parar para transpor o alto obstáculo. Basta notar o ângulo de inclinação em que se encontra o VW Golf da foto acima.
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Colocar um "quebra-molas" desses na rua do Palace Hotel é uma coisa. Travar o trânsito com uma barreira na Rua Assis é outra. Uma aberração sem sentido. E não venham com a conversa de que é para os deficientes, já que essa não é uma especialidade de Poços, que liberou aquelas "rampas" que invadem o asfalto para os cadeirantes na Prefeito Chagas, ou coloca piso tátil em alguns locais, outros não. Sem contar o "remendo artístico" com chapas de aço para compensar a diferença do vão entre a nova rampa e o meio-fio.
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Esta é mais uma "obra" a macular o currículo oficial do município, em pleno lançamento de uma campanha da Câmara para estudar a questão do trânsito, com formação de comitê de vereadores e visitas aos bairros. Definitivamente, executivo e legislativo não conversam. E a população -de novo- não foi ouvida.
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ATUALIZANDO: O Prefeito Paulo César Silva informa que esse é um projeto experimental, e que até mesmo os semáforos podem ser suprimidos ss obtiver sucesso, pois a redução de velocidade se daria apenas por ocasião da transposição do obstáculo, priorizando, evidentemente, os pedestres. Entre 2005 e 2007 estive em Vitória-ES quase semanalmente, e sempre me impressionou o respeito dos motoristas diante dos pedestres: bastava descer do meio-fio e colocar os pés na faixa de segurança para que os motoristas dessem a preferência à travessia. Nada mais que o bom senso -e a lei- respeitados depois de uma boa campanha de cidadania no trânsito. Podemos nos espelhar no exemplo capixaba.
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5 comentários:

  1. Essa é de matar. Já pensou a situação num final de semana prolongado, ou em um fim de semana à noite quando a região já fica praticamente parada?

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  2. Em Poços de Caldas infelizmente não se faz um estudo sério do trânsito. Buscam-se soluções simples para problemas grandes. Haja vista a trincheira, que acabou sendo construída pela metade, fugido ao projeto original.

    http://pocosdecaldastwitter.blogspot.com/

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  3. Não sei o que me assusta mais a respeito do Transito na "Estância" , se a falta de ação da Prefeitura, ou quando resolvem "agir"....

    Lamentável.

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  4. Desculpe, mas apesar de estar sempre acompanhando o blog e concordar com os pontos de vista apresentados nos assuntos em geral, tenho que discordar em relação a estas passagens elevadas.
    Pelo meu humilde entendimento, a Rua Assim nunca foi via de trânsito rápido. Nunca foi projetada para isso. Pelo código nacional de trânsito, nela a velocidade máxima permitida é de 40km/h.
    Portanto, não acredito que esta intervenção sirva de rampa de lançamento, mas sim, de fator que adiciona segurança a nós, pedestres.
    Recentemente, tive a oportunidade de registrar em fotos, como alguns países europeus estão tratando a questão do trânsito de automóveis. Existe a tendência muito grande na Europa, de se restringir ao máximo a circulação de veículos nos centros das cidades (todas as cidades). Isto proporciona uma sensível melhora no modo de viver, de aproveitar o espaço urbano que a cidade possui.
    Muitas vezes, onde é permitido o acesso de veículos, este é restringido também por vias elevadas (ao nível das calçadas), com piso intertravado e permeavel, mas em todo o miolo do cruzamento. Não só nas faixas de pedestre. Isso dá muito mais liberdade para quem tem a preferência de direito. O pedestre.
    Claro que também achei que o serviço não ficou 100%, afinal a pintura das faixas horizontais parece ter sido feita sem nenhum padrão técnico. Mesmo assim, acredito que vá trazer comodidade aos pedestres e não vá atrapalhar ainda mais o nosso trânsito.

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  5. até agora não entendi qual a parte da acessibilidade pois falta rampas por toda a cidade e as que já existem estão totalmente em desacordo com as normas da ABNT , não seria mais fácil seguir um projeto do que se criar maluquices??

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