Infelizmente temos fichas sujas em vários matizes. Ainda bem que não se cogitou em falar de cheiros. Se bem que por sujeira se compreende coisas ruins. Lixo. A intenção da lei é louvável. Melhor seria se fosse desnecessária. Bastaria o voto consciente. Aquele em que o eleitor escolhe seu candidato depois de conhecê-lo a fundo e se identificar com sua proposta e programa. O voto representativo, expressivo do verdadeiro desejo popular. Que separa o joio do trigo. Quanto a lei, por si, também não é nenhuma garantia. São muitos os políticos que pela lei são hoje elegíveis à custa de manobras jurídicas e políticas de toda sorte. Com ficha criminal extensa, engavetada e bem conhecida de todos. Fica uma pergunta, por que será que cada vez menos pessoas de bem se submetem a cargos públicos?
André, trata-se de questionamento que vai além da qualidade daqueles que se habilitam a um competição eleitoral. Há a questão da representatividade, assunto ao qual dedico muito meus pensamentos, na seguinte linha: suponha uma cidade imaginária qualquer, digamos, com uns 150 mil habitantes. Um candidato a vereador nessa cidade imaginária alcança a diplomação, se "bem votado", com uns 3 mil votos, tudo hipoteticamente, claro. Esse eleito tem uma representatividade, diante do global da população, de apenas 2%. Olhando por outro lado, os 98% restantes não o queriam no cargo ou não fizeram qualquer movimento para que ele chegasse ao posto. Pensando ainda nesta mesma suposta cidade, digamos que com 12 imaginários vereadores, cuja votação somada chegue perto dos 24 mil votos, repete-se a dúvida: 16% os elegeram, mas 84% não. Então fica aberto: nosso sistema eleitoral é válido? Haverá algum melhor, que efetivemente represente uma verdadeira maioria? Quanto à sua questão, a resposta está no ar. Eu tenho um bom motivo para não entrar na vida pública, e já falei mais de uma vez aqui: como estou hoje tenho o benefício de selecionar com quem vou conviver. Do lado de lá, os tapinhas nas costas e os sorrisos falsos sempre estão carregados de interesses em geral nefatstos.
Rubens, sem ainda ter dedicado muito tempo ao assunto, penso que haverá representatividade com o surgimento de partidos políticos com programas claros e ideias amadurecidas em incansáveis debates, com expressiva participação cidadã. Que lutem por um ideal comum, pautados pela ética, altruísmo e senso de coletividade. Quando eleitos, seus candidatos representarão, proporcionalmente, aquela parcela da população que comunga o mesmo pensamento e objetivos. Caberão menos alianças, conchavos e acordos espúrios. O debate permanente com as bases proporcionará transparência e legitimidade às ações. O ideal coletivo será maior que o elemento político. No caso, simples agente de propósitos fortes. Nestes moldes, estes líderes surgem espontaneamente, o que lhes confere legitimidade e compromisso. Os repugnantes “tapinhas nas costas e os sorrisos falsos” não terão mais espaço. Tudo diametralmente oposto ao cenário atual. Utopia? Pode ser... Apartidário por não me identificar com qualquer legenda, tenho fé de que através de nossas ações políticas de hoje, com persistência, alcançaremos um dia os nossos sonhos.
O que me parece é que os candidatos não querem ser conhecidos a fundo, não por suas fichas em si, antes disso, por não quererem a reflexão de forma alguma! Isso já é quase um jargão, o que não faz sentido, mas político quer um povo que não pense, e que pense muito menos na hora de escolhê-los. E infelizmente é o que ainda vemos. Todos dizem: “Ah! Essa política não tem jeito...”, “político é ladrão”, “ninguém faz nada...”, mas esses mesmos políticos estão no poder há anos, há gerações. E isso por quê? Falta de representatividade? Palavra adorada nos movimentos que vejo por aí... Mas será mesmo? “O governo é o reflexo do povo”. Será que somos tão distantes do governo que temos? Que medo assumir isso, hein? Mas então vamos refletir: o que é furar uma fila, pagar meia-entrada com a carteirinha de estudante de outro, jogar papel no chão, fingir que não viu a velhinha no ônibus, cortar alguém no trânsito, não dar passagem para o pedestre, ser grosseiro, arrogante com as pessoas, tantas outras atitudes absurdamente normais, que jamais vamos assumir, principalmente em discussões como essas (o que ainda complementa essas mesmas atitudes). O problema maior que vejo é que sempre passamos as responsabilidades para outros, principalmente na política, sempre é o outro que está errado, o outro que deveria fazer, o outro, o outro... Se cada um pensasse e, principalmente, fizesse algo para mudar, para melhorar, aí sim poderíamos alcançar esses sonhos. Vivemos em um mundo que fomenta o individualismo, que nos desencoraja a lutar por melhoras, que nos esconde nosso poder de povo, de coletividade. E isso é muito claro, quantos veículos de comunicação de massa apóiam movimentos sociais? E nós estamos permitindo... Pior: estamos acreditando. Mas ainda vejo cor no mundo, e acredito que cada vez mais estão surgindo pequenas reflexões: a insatisfação e a crítica já são o primeiro passo, só precisamos agora tentar encontrar um caminho para solução, juntos, agindo!
Ótimos os comentários, que me fizeram recordar as vésperas das eleições municipais de 2008. Não lembro a data, mas foram as "convenções" que indicaram os candidatos a vereadores e prefeito. Estive numa dessas convenções, no Palace Casino, de um dos maiores partidos brasileiros e que fez parte da coligação que elegeu o atual prefeito. Sentei e comecei a conversar com as pessoas ali presentes, boa parte delas já candidatos. Ficou evidente que a maioria não reunia condições para ocupar um cargo dessa envergadura, por mais que "representassem" extensa camada da população. Na verdade estavam sendo usados, por algum prestígio em suas comunidades ou categorias profissionais, como "puxadores de votos". Uma pena. Em dado momento, aparece um dirigente do partido, que vai à mesa onde havia uma urna e diz que ali estava a cédula com a composição das chapas e coligações, e que os delegados deveriam assin ar e colocar na urna. Pense na hora que aquilo era "o máximo da democracia", que jpa vem pronta e embalada. Convenção de brincadeirinha, posto que o assunto veio pronto. Claro que boa parte daqueles candidatos não se elegeram e, após darem a cara a tapa na tv, sumiram de cena. Devem estar em seus bairros ou comunidades lamentando as baixas votações, aguardando a chance de serem lembrados novamente pelos "estrelões" dos partidos, que, aos costumes, não pouparão os tapinhas nas costas e os sorrisos falsos. Um ou outro até podem ser eleitos, em situações tão constrangedoras como o "quociente eleitoral". Pousando de paraquedas, certamente acabarão cedendo ao moedor de carne humana dos poderosos.
Infelizmente temos fichas sujas em vários matizes. Ainda bem que não se cogitou em falar de cheiros. Se bem que por sujeira se compreende coisas ruins. Lixo.
ResponderExcluirA intenção da lei é louvável. Melhor seria se fosse desnecessária. Bastaria o voto consciente. Aquele em que o eleitor escolhe seu candidato depois de conhecê-lo a fundo e se identificar com sua proposta e programa. O voto representativo, expressivo do verdadeiro desejo popular. Que separa o joio do trigo.
Quanto a lei, por si, também não é nenhuma garantia. São muitos os políticos que pela lei são hoje elegíveis à custa de manobras jurídicas e políticas de toda sorte. Com ficha criminal extensa, engavetada e bem conhecida de todos.
Fica uma pergunta, por que será que cada vez menos pessoas de bem se submetem a cargos públicos?
André, trata-se de questionamento que vai além da qualidade daqueles que se habilitam a um competição eleitoral. Há a questão da representatividade, assunto ao qual dedico muito meus pensamentos, na seguinte linha: suponha uma cidade imaginária qualquer, digamos, com uns 150 mil habitantes. Um candidato a vereador nessa cidade imaginária alcança a diplomação, se "bem votado", com uns 3 mil votos, tudo hipoteticamente, claro. Esse eleito tem uma representatividade, diante do global da população, de apenas 2%. Olhando por outro lado, os 98% restantes não o queriam no cargo ou não fizeram qualquer movimento para que ele chegasse ao posto. Pensando ainda nesta mesma suposta cidade, digamos que com 12 imaginários vereadores, cuja votação somada chegue perto dos 24 mil votos, repete-se a dúvida: 16% os elegeram, mas 84% não. Então fica aberto: nosso sistema eleitoral é válido? Haverá algum melhor, que efetivemente represente uma verdadeira maioria?
ResponderExcluirQuanto à sua questão, a resposta está no ar. Eu tenho um bom motivo para não entrar na vida pública, e já falei mais de uma vez aqui: como estou hoje tenho o benefício de selecionar com quem vou conviver. Do lado de lá, os tapinhas nas costas e os sorrisos falsos sempre estão carregados de interesses em geral nefatstos.
Rubens, sem ainda ter dedicado muito tempo ao assunto, penso que haverá representatividade com o surgimento de partidos políticos com programas claros e ideias amadurecidas em incansáveis debates, com expressiva participação cidadã. Que lutem por um ideal comum, pautados pela ética, altruísmo e senso de coletividade. Quando eleitos, seus candidatos representarão, proporcionalmente, aquela parcela da população que comunga o mesmo pensamento e objetivos. Caberão menos alianças, conchavos e acordos espúrios. O debate permanente com as bases proporcionará transparência e legitimidade às ações. O ideal coletivo será maior que o elemento político. No caso, simples agente de propósitos fortes. Nestes moldes, estes líderes surgem espontaneamente, o que lhes confere legitimidade e compromisso. Os repugnantes “tapinhas nas costas e os sorrisos falsos” não terão mais espaço.
ResponderExcluirTudo diametralmente oposto ao cenário atual.
Utopia? Pode ser...
Apartidário por não me identificar com qualquer legenda, tenho fé de que através de nossas ações políticas de hoje, com persistência, alcançaremos um dia os nossos sonhos.
O que me parece é que os candidatos não querem ser conhecidos a fundo, não por suas fichas em si, antes disso, por não quererem a reflexão de forma alguma! Isso já é quase um jargão, o que não faz sentido, mas político quer um povo que não pense, e que pense muito menos na hora de escolhê-los. E infelizmente é o que ainda vemos.
ResponderExcluirTodos dizem: “Ah! Essa política não tem jeito...”, “político é ladrão”, “ninguém faz nada...”, mas esses mesmos políticos estão no poder há anos, há gerações. E isso por quê? Falta de representatividade? Palavra adorada nos movimentos que vejo por aí... Mas será mesmo? “O governo é o reflexo do povo”. Será que somos tão distantes do governo que temos? Que medo assumir isso, hein? Mas então vamos refletir: o que é furar uma fila, pagar meia-entrada com a carteirinha de estudante de outro, jogar papel no chão, fingir que não viu a velhinha no ônibus, cortar alguém no trânsito, não dar passagem para o pedestre, ser grosseiro, arrogante com as pessoas, tantas outras atitudes absurdamente normais, que jamais vamos assumir, principalmente em discussões como essas (o que ainda complementa essas mesmas atitudes). O problema maior que vejo é que sempre passamos as responsabilidades para outros, principalmente na política, sempre é o outro que está errado, o outro que deveria fazer, o outro, o outro... Se cada um pensasse e, principalmente, fizesse algo para mudar, para melhorar, aí sim poderíamos alcançar esses sonhos. Vivemos em um mundo que fomenta o individualismo, que nos desencoraja a lutar por melhoras, que nos esconde nosso poder de povo, de coletividade. E isso é muito claro, quantos veículos de comunicação de massa apóiam movimentos sociais? E nós estamos permitindo... Pior: estamos acreditando.
Mas ainda vejo cor no mundo, e acredito que cada vez mais estão surgindo pequenas reflexões: a insatisfação e a crítica já são o primeiro passo, só precisamos agora tentar encontrar um caminho para solução, juntos, agindo!
Ótimos os comentários, que me fizeram recordar as vésperas das eleições municipais de 2008. Não lembro a data, mas foram as "convenções" que indicaram os candidatos a vereadores e prefeito. Estive numa dessas convenções, no Palace Casino, de um dos maiores partidos brasileiros e que fez parte da coligação que elegeu o atual prefeito. Sentei e comecei a conversar com as pessoas ali presentes, boa parte delas já candidatos. Ficou evidente que a maioria não reunia condições para ocupar um cargo dessa envergadura, por mais que "representassem" extensa camada da população. Na verdade estavam sendo usados, por algum prestígio em suas comunidades ou categorias profissionais, como "puxadores de votos". Uma pena. Em dado momento, aparece um dirigente do partido, que vai à mesa onde havia uma urna e diz que ali estava a cédula com a composição das chapas e coligações, e que os delegados deveriam assin ar e colocar na urna. Pense na hora que aquilo era "o máximo da democracia", que jpa vem pronta e embalada. Convenção de brincadeirinha, posto que o assunto veio pronto. Claro que boa parte daqueles candidatos não se elegeram e, após darem a cara a tapa na tv, sumiram de cena. Devem estar em seus bairros ou comunidades lamentando as baixas votações, aguardando a chance de serem lembrados novamente pelos "estrelões" dos partidos, que, aos costumes, não pouparão os tapinhas nas costas e os sorrisos falsos. Um ou outro até podem ser eleitos, em situações tão constrangedoras como o "quociente eleitoral". Pousando de paraquedas, certamente acabarão cedendo ao moedor de carne humana dos poderosos.
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