Final de jogo da seleção -aliás, joguinho ruim, confesso que cochilei umas três vezes-, saio para colocar meu lixo reciclável na garagem para amanhã cedo, dia de coleta na rua em que moro. De repente, ouço aquela troca rápida de marchas de um carro, junto com o ruído típico do ar sendo engolido pelo motor, habilidade que desenvolvi em anos de asfalto escrevendo sobre automóveis: um carro do DMAE passa muito rápido, numa rua tranquila de um bairro resdiencial onde não se deve andar a mais do que 30 km/h.
Sabia que o destino dele era a caixa d´água que há no alto do Jardim Europa e, certamente, o motorista teria que passar por mim na volta, pois não há saída para aqueles lados.
Alguns minutos depois, lá vem o veículo, dessa vez mais lento. Faço sinal para o motorista parar, ele encosta o carro e segue falando no celular, enquanto espero a minha vez de tentar um diálogo. Celular? Pois é. Quando chega minha vez, cumprimento o motorista e pergunto se ele não sabe que está num bairro onde as crianças ainda brincam na rua, além de cachorros, cavalos e siriemas (foto acima) que costumam aparecer por lá. Como resposta recebo um "sempre passo aqui e nunca tem criança". Mau começo. Explico que "como morador devo saber mais do que ele sobre isso". Em seguida, ele pergunta: "na sua casa tem água"? Respondo que sim, para depois ouvir a justificativa de que era uma "emergência" a causa da pressa dele. Pressa que, coincidentemente, veio minutos depois do apito final. Mera especulação minha, claro. Explico que emergência nenhuma justifica, na função dele, o abuso de velocidade, nem colocar em risco a vida de terceiros.
Em seguida, peço a ele um pouco mais de cuidado, sempre dentro do estilo fleumático que desenvolvi ao longo do tempo para lidar com situações de potencial risco de stress. O motorista do DMAE então compreende o erro e se despede.
Como derradeira frase, agradeço e digo a ele: "coloque o cinto...".
As siriemas...Infelizmente, uma das últimas aves a não atentarem para o perigo! E, nós, humanos, achamos linda a presença delas. Seriam a justificativa de que a vida original ainda persiste. Ah, as siriemas!
ResponderExcluirDepois delas -as siriemas - restam os pardais. E sempre teremos os defensores dos pardais. Afinal, são pássaros, livres. Então, enquanto existirem pardais, tudo ok!
Mas mesmo os pardais fogem do som das vuvuzelas e, por um instante, quem tiver ouvidos limpos ouve o cantar de outros pássaros. Que, mesmo sendo poucos, 'inda se ouvem; a começar pelos bem-ti-vis. O engraçado é que ninguém se lembrou da máxima: "água que passarinho não bebe!"
Durma-se com um silêncio destes!