quinta-feira, 8 de julho de 2010

MAIS AMBULÂNCIAS, POR FAVOR!


Ontem, pouco depois do almoço, minha mãe sofreu uma queda em casa. A primeira providência da pessoa que trabalha com ela foi tentar me localizar. Não conseguiu, pois meu celular estava "sem serviço" -coisa corriqueira, apesar de nunca desligá-lo e, no momento do acidente, estar em Poços de Caldas, em local sem limitação de sinal.
.
Ato contínuo, ela ligou para o SAMU. "No momento estamos sem ambulâncias", disse a voz do outro lado. Azar da minha mãe, que já tinha convicção de ter uma fratura no braço.
.
Nova tentativa e sou localizado. Saio da Avenida Celanese e vou até as proximidades do Ginásio Municipal, onde minha mãe reside. Encontro-a, nos seus 77 anos de idade, ainda sentada no chão, sem condições de se levantar, amparando o braço direito com a mão esquerda. Constato a seriedade da lesão no úmero, visualmente. Improviso uma tipoia, levanto-a do chão, apanho seus documentos para levá-la ao hospital. Na saída, após colocá-la cuidadosamente em meu carro, ainda lembro de pedir à moça que avise o SAMU que a ambulância, que até então não chegara, não é mais necessária.
.
É hora de discutir ou manter acesa a discussão sobre prioridades de investimentos em áreas sensíveis como o SAMU. É hora de colocar algumas cartas na mesa, tentando fazer a classe política entender que há coisas mais sérias nas quais dinheiro público deve (não é "pode", é "deve") ser investido. Ambulâncias, por exemplo. Longe de misturar alhos com bugalhos, o que é mais importante: comprar duas ou três ambulâncias por ano para o SAMU ou enfeitar a cidade no tal do natal encantado, menina dos olhos de um monte de gente que, certamente, em casos emergenciais, não utiliza um serviço público?
.
Quer saber? Cansei dessa conversa de falta de dinheiro ou de repasses federais reduzidos. Falta de verba oficial, de autarquia ou de empresa pública só pode ser pretexto para investimentos secundários. E coisas como lâmpadas de Natal e bonequinhos do Quebra-Nozes definitivamente são menos importantes que ambulâncias!
.
Minha mãe passa bem. Felizmente temos condições de prestar uma assistência digna a ela. Mas tem muita gente que não pode, e fica no chão. Mais ambulâncias, por favor. E logo!
.

5 comentários:

  1. De fato, só passando por situações como esta que acabamos constatando precariedades em alguns serviços. Uma pena!
    Espero que outros tenham a possibilidade de receber uma ambulância tão logo necessitem.

    ResponderExcluir
  2. Caro Rubens...
    Governar, dentre outras coisas, é a arte de fazer escolhas. Parece óbvio que o ideal sempre é escolher por aquilo que realmente traga mais benefícios à população. No entanto, na imensa maioria das vezes nossos representantes fazem escolhas equivocadas incapazes de produzir qualquer benefício concreto ao povo. O que eu não sei é se essas escolhas são "equivocadas" por competência de menos ou esperteza demais.

    ResponderExcluir
  3. Que vergonha...
    Não sabia que estava nesse ponto.
    Providências JÁ!

    ResponderExcluir