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Poços de Caldas figurou entre os destaques na "capa" do UOL de hoje. Longa reportagem, sob o título "Quedas d´água são alguns dos atrativos de Poços de Caldas", destaca a beleza natural da cidade, incluindo uma sequência de 23 fotos, além de opções de passeios e hospedagem.
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A reportagem traz também: "Além da água, outra especialidade poçoscaldense são os cristais criados no mesmo estilo dos artesãos da ilha de Murano, em Veneza, na Itália. O pioneiro na arte com vidros na cidade mineira foi o italiano Mário Seguso. Em 1965, ele abriu a loja Ca D’oro e ensinou a técnica milenar para fazer cristais a seus aprendizes. Desde então, virou um dos principais atrativos da cidade. Como os cristais são feitos a mão, uma peça nunca é igual à outra. Hoje, além da comercialização, pode-se assistir ao vivo ao processo de produção dos vidros dentro da própria loja".
.Ótima reportagem. Ou, como diz um leitor do Viva Poços!, "enfim percebemos que não vivemos só de críticas".
Confira a publicação clicando no link http://viagem.uol.com.br/guia/cidade/pocos-de-caldas.jhtm.
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A foto acima foi enviada pelo amigo Nelson Gonçalves. Clique nela para ampliar.
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Lixão na INB: querem jogar o futuro no lixo
ResponderExcluirWilson Ribeiro
No início deste mês de julho, fomos surpreendidos com o inusitado anúncio de que a AMARP (Associação dos Municípios do Alto Rio Pardo) estaria liderando esforços para construir um aterro sanitário nas instalações da INB – Indústrias Nucleares do Brasil, no Campo do Cercado, município de Caldas. Logo de princípio dá para ver que é uma idéia estabanada e que seus autores não pararam para pensar com mais profundidade e seriedade sobre o assunto. Não analisou e ponderou os aspectos ambientais, históricos, econômicos, antropológicos e vários outros que devem ser levados em consideração quando se pretende fazer algo que tem um impacto tão importante como esse.
Pra começo de conversa, o Campo do Cercado não é a casa da mãe Joana. Tem uma profunda importância na história da região do Planalto de Poços de Caldas e do Brasil. Importância esta relacionada ao nascimento da indústria nuclear no país, nos idos dos anos 50, quando aquele era nossa maior jazida de urânio e de onde saíram as primeiras cargas para os nossos primeiros reatores atômicos. Pioneirismo que deu o impulso inicial para este importante campo de nossa soberania que até hoje estamos a procurar com muito esforço e superando muitas dificuldades.
Foram das minas do campo do Cercado que saíram as primeiras cargas que alimentaram o reator da usina de Agra dos Reis. E também de Angra II, construída muitos anos depois. Como pode se observar, aquele lugar foi de extrema importância para o desenvolvimento e para a autossuficiência energética do país. Tanto é que o governo federal, à época dirigido pelos generais Ernesto Geisel e João Batista Figueiredo, investiram muitos milhões de dólares para a viabilização das atividades desenvolvidas no Campo do Cercado. Primeiro, com a Nuclebrás. Depois, Urânio do Brasil e agora Indústrias Nucleares do Brasil.
Com a descoberta de novas jazidas em Caetité, na Bahia, fez com que as minas fossem consideradas economicamente inviáveis para a atual conjuntura. Por isso, elas foram desativadas. Mas no local continuaram as instalações industriais e vários laboratórios que hoje estão bastante ociosos. E esta ociosidade fez nascer na cabeça de alguns políticos as mais variadas conjecturações e devaneios. Transformá-lo num lixão é apenas mais uma.
Transformar o campo do Cercado num lixão não é uma boa idéia sob nenhuma circunstância. Ainda mais quando a iniciativa é feita sob o comando da AMARP, uma instituição cercada de denúncias de improbidade administrativa, mal uso do dinheiro público, nepotismo e muitas outras irregularidades. Tanto é que no final da década de 90, a Câmara Municipal de Poços de Caldas obrigou o afastamento da prefeitura de seu quadro de associados. A entidade então se mudou para Caldas, mas o estilo controverso continuou o mesmo e o seu secretário Mauro Lima continuou agindo com um poder ainda maior, já que estava livre da fiscalização exercida pelos vereadores e pela imprensa de Poços de Caldas. Deu no que está dando.
A instalação de um aterro sanitário mais moderno e sustentável é necessária para a região. Mas não nas dependências da INB. Existem muitos outros locais mais adequados e que causam menos impactos. E ainda há de se levar em consideração que é lá que nasce alguns dos principais rios da região: rio das Antas (muito importante para Poços), rio Verde (importante para Caldas) e o Jaguari Mirim (importante para Andradas, Espírito Santo do Pinhal e São João da Boa Vista).
Devemos procurar a solução para o lixo das cidades da região, mas jamais devemos de levar em consideração a nossa História, o nosso meio ambiente e as nossas aspirações futuras. Queremos um progresso sustentável e integrado, com geração de empregos e qualidade de vida – e não uma gigantesca lata de lixo, como é que nos apresenta esta infeliz idéia.