Como assim? Foi o que perguntei ao ler a notícia de primeira página do Jornal de Poços de ontem, 12/7: "Barraco é destruído em incêndio". Quer dizer que a tal cidade com o melhor IDH do Estado e um dos melhores do País ainda tem notícias desse tipo? Pois é, tem sim. Há mesmo muita gente morando em condições precárias em Poços de Caldas, longe dos serviços essenciais e, principalmente, da dignidade. É a própria reportagem que conta que o caminhão dos bombeiros não conseguiu chegar ao local por ser de difícil acesso e, no fim, um ribeirão (de esgoto) acabou sendo fornecedor de "água" para que cidadãos e bombeiros combatessem o fogo. Usando baldes...
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Ter um ex-prefeito de Poços de Caldas na presidência da Cohab/MG é motivo suficiente para alimentar longas conversas. Há quem aposte que a cidade receberá mais atenção por parte desta entidade pelo simples fato de Sebastião Navarro ser daqui. Acho que não dá. A empresa tem compromissos com todo o estado, e certamente há municípios que necessitam de maior atenção na área habitacional do que o nosso. No fim o benefício maior é uma certa proximidade do poder na capital. Cujo retorno efetivo e de curto prazo é questionável.
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O déficit habitacional escancarado pela enorme fila de 6 mil candidatos ao programa federal "Minha Casa, Minha Vida", com apenas 350 contemplados, deixa claro um problema que na verdade se arrasta há décadas, como o caso de cadastrados desde os anos 1990 e que, século 21 adentro, não receberam o direito acessar um financiamento subsidiado para moradia.
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Na prática somos uma "cidade cenográfica", daquelas de novelas ou filmes. O que se conhece é a fachada, com lindas praças, monumentos históricos e arquitetônicos. Por trás é tudo "de verdade": pobreza, problemas na saúde, na habitação, no emprego, entre outros. Vendemos uma imagem do centro, do glamour sulfuroso do passado, e deixamos nossos vizinhos semi-esquecidos, escondidos atrás da beleza de uma de nossas montanhas.
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Mas a melhor é essa: tem gente achando que a Cohab agora ficou tão chique com a ida de Navarro para lá que o nome da empresa deveria ser "americanizado", adotando-se a pronúncia "côrrébi". Sensacional.
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Parabéns pelo texto muito bem escrito !
ResponderExcluirMe espanta quando muitos me constetam dizendo: 'Em Poços não há periferia'. Frase daqueles que se limitam apenas ao centro...lamentável !