
.
Ter um ex-prefeito de Poços de Caldas na presidência da Cohab/MG é motivo suficiente para alimentar longas conversas. Há quem aposte que a cidade receberá mais atenção por parte desta entidade pelo simples fato de Sebastião Navarro ser daqui. Acho que não dá. A empresa tem compromissos com todo o estado, e certamente há municípios que necessitam de maior atenção na área habitacional do que o nosso. No fim o benefício maior é uma certa proximidade do poder na capital. Cujo retorno efetivo e de curto prazo é questionável.
.
O déficit habitacional escancarado pela enorme fila de 6 mil candidatos ao programa federal "Minha Casa, Minha Vida", com apenas 350 contemplados, deixa claro um problema que na verdade se arrasta há décadas, como o caso de cadastrados desde os anos 1990 e que, século 21 adentro, não receberam o direito acessar um financiamento subsidiado para moradia.
.
Na prática somos uma "cidade cenográfica", daquelas de novelas ou filmes. O que se conhece é a fachada, com lindas praças, monumentos históricos e arquitetônicos. Por trás é tudo "de verdade": pobreza, problemas na saúde, na habitação, no emprego, entre outros. Vendemos uma imagem do centro, do glamour sulfuroso do passado, e deixamos nossos vizinhos semi-esquecidos, escondidos atrás da beleza de uma de nossas montanhas.
.
Mas a melhor é essa: tem gente achando que a Cohab agora ficou tão chique com a ida de Navarro para lá que o nome da empresa deveria ser "americanizado", adotando-se a pronúncia "côrrébi". Sensacional.
.
Parabéns pelo texto muito bem escrito !
ResponderExcluirMe espanta quando muitos me constetam dizendo: 'Em Poços não há periferia'. Frase daqueles que se limitam apenas ao centro...lamentável !